Triângulo Mineiro

Vídeo: transgênero é agredida por homens que filmam e riem da ação em Uberlândia

Um suspeito desce do carro, dá uma rasteira na travesti, a derruba ao chão e sai, junto com outra pessoa, debochando. Os agressores filmaram a ação e o vídeo viralizou

Por Natália Oliveira
Publicado em 22 de outubro de 2021 | 12:22
 
 
 
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Uma transgênero de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foi agredida com uma rasteira por um homem que desce de um carro, vai até Luara Silva, a derruba no chão e volta para o veículo que foge do local. A agressão foi filmada por uma pessoa que está com o suspeito. Os dois saem do local rindo e debochando da situação, enquanto a vítima fica caída no chão. O crime aconteceu na madrugada de quinta-feira (21) e o vídeo da agressão viralizou. 

Na imagens, é possível ver que primeiro o suspeito diz 'oi, moça'. Depois, pergunta quanto é o programa e, por fim, dá a rasteira na transgênero, que vai ao solo. "Eu estava fazendo um serviço de campo com distribuição de preservativo e gel lubrificante, ai parou esse carro desceu esse rapaz e meu deu um chute e eu caí no chão. Na hora que ele me deu o chute ele já saiu correndo, entrou no carro e foi embora. Ele é tão covarde que na hora que ele chute ele já corre, porque se ele fica a gente resolvia também, tinha problema não", diz Luara. 

Luara é presidente da Associação Triângulo Trans, entidade de apoio a pessoas trans. Ela estava no viaduto da BR-050 com a Avenida Floriano Peixoto, no bairro Custódio Pereira, quando foi agredida. A transgênero lamentou o ocorrido. "A gente fica muito abalada com tudo isso, toda essa violência que  a gente não sabe onde vai parar né. A pessoa se abala totalmente quando acontece isso. É doloroso ver isso. O mundo não muda, fica só desse jeito. Tem que mudar né, nós vamos conseguir mudar", destaca a vítima. 

Veja vídeo:

Luara realiza um trabalho de entrega de camisinhas para trans que fazem programas e também atua como garota de programa na região. A Associação Triângulo Trans, divulgou uma nota de repúdio ao ocorrido. 

"Queremos destacar que tal atitude é incompreensível colocando-a no lugar de qualquer ser humano, pois independente da sua raça, cor da pele, gênero, credo, posição social, expressão ou identidade de gênero, corpo ou quaisquer deficiência: todo ser humano merece ser respeitado e tratado da mesma forma. Mas sim, existem 'privilegiados' que muitas vezes não sabe o que é conviver com o preconceito. Viver com os olhares de julgamento, as palavras ofensivas, as atitudes perturbadoras, as agressões que muitas vezes vem da própria família e as vezes inflingida todos os dias pela sociedade, isto, quando não temos a ocorrência de morte ou suicídio. Tudo porque você nasceu ou se sente bem em ser quem é", escreveu a associação.

Foi ressaltado ainda, em nota, que independentemente de quem seja a pessoa e o que esteja fazendo, todos merecem respeito.

"A Luara, seus amigos próximos e companheiros de jornada estão juntos com ela nesta luta travada contra o preconceito e violência", complementou a associação. 

A Polícia Civil informou que "instaurou procedimento investigativo para apurar o caso de lesão corporal registrado pela vítima, de 37 anos, em Uberlândia. A PCMG apura as imagens, que serão submetidas à vítima para a identificação do suspeito. Se reconhecido, será intimado para prestar declarações. Outras informações serão prestadas em momento oportuno". 

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