Coronavírus

Zema: união de ações de combate a Covid-19 na Grande BH cabe aos prefeitos

Governador destacou que o Estado fez o papel que lhe cabia e apresentou o programa Minas Consciente, mas que os chefes dos Executivos municipais têm autonomia

Por Bruno Menezes
Publicado em 15 de julho de 2020 | 10:56
 
 
 
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A falta de uma unificação das ações de combate ao coronavírus nos municípios que integram a região metropolitana de Belo Horizonte foi um dos temas abordados pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), durante entrevista exclusiva concedida na manhã dessa quarta-feira (15) à rádio Super 91,7 FM. Para o governador, o Estado cumpriu o seu papel e apresentou o Minas Consciente, plano que orienta e estabelece protocolos  para a retomada, de forma gradativa e por fases, do comércio local, diante da pandemia de coronavírus.

Na visão de Zema, entretanto, a decisão de unificar as ações ficaria a cargo dos próprios prefeitos. Uma forma de tomar essas decisões conjuntas, de acordo com o governador, seria que os prefeitos chegassem a um consenso durante reuniões organizadas pela Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel), o que não ocorreu.

“Eu, como governador, não posso estar tratando os prefeitos como uma professora trata a sala de aula. Colocar de castigo, exigir, coisa do tipo. Os prefeitos têm total condição e, já existindo uma organização como a Granbel, de proceder dessa maneira. Eu lamento ter havido divergência entre os prefeitos e isso não ter sido seguido. Vale lembrar que o prefeito tem autonomia. Para ter essa uniformização, tem que ser algo que parta deles, e não algo que eu imponha, inclusive porque eu não tenho poder legal para isso”, disse o governador.

Na última quinta-feira (9), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) proferiu decisão favorável à liminar solicitada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que obriga os municípios que não aderiram ao Minas Consciente, a fechar os estabelecimentos considerados não essenciais no Estado. Ao todo, 679 cidades mineiras não integravam o programa. Zema destacou que foi uma decisão importante para frear a disseminação da doença em Minas Gerais e que a Associação Mineira de Municípios (AMM) vai integrar o grupo de trabalho para aperfeiçoamento do programa.

“Nós já solicitamos ao Ministério Público que os municípios tenham um tempo para poder se adequar a essa questão do Minas Consciente. O Minas Consciente também, através da participação da AMM, dos municípios, vai ter uma série de aperfeiçoamentos. O Minas Consciente não é um programa que atende 100% as prefeituras. Dentro de cada macrorregião, nós temos municípios que estão em situações completamente distintas. Alguns que estão com número grande de infectados e de óbitos, e outros não têm sequer um infectado até hoje. Você tratar esses municípios desiguais igualmente não é o adequado”, declarou o governador. 

 

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