Prevenir nunca é demais

Coronavírus em BH: cabeleireiros tomam medidas e lidam com queda no atendimento

Maior espaço entre cadeiras, higienização frequente e uso de máscaras e luvas são normais obrigatórias para diminuir o risco de contaminação

Por Daniel Ottoni
Publicado em 18 de março de 2020 | 12:56
 
 
 
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O contato direto e próximo aos clientes, além do fluxo de pessoas aliado ao uso de materiais que precisam de esterilização constante, fazem salões de beleza de Belo Horizonte redobrarem os cuidados com a contaminação do coronavírus. O Salão Clip, localizado na região da Savassi, adotou nos últimos dias uma série de medidas de segurança para proteger não somente seus clientes como os funcionários. 

Desde a entrada do cliente até sua saída, existe uma precaução excessiva para evitar qualquer risco de contaminação. Assim que chega ao local, o cliente tem uma máscara ao seu dispor. Todo o salão e partes em que existem contatos manuais são frequentemente higienizados com álcool em gel. Lenços e kits descartáveis para os pés e mãos também são distribuídos para quem frequenta o salão.

As xícaras e copos, agora, são somente descartáveis, sendo manuseados exclusivamente por funcionários da copa. Um colaborador foi deslocado, especificamente, para esterilizar todo o ambiente da área química, onde luvas e máscaras, assim como todos os outros setores, são de utilização obrigatória.

"Nossa capacidade caiu cerca de 40%. Temos condição de atender até 40 clientes por hora e estamos atendendo somente 10. A procura caiu bastante, sabemos do receio dos clientes. Pra nós, é muito importante passar esse sentimento de segurança e conforto não só para eles como para nossos colaboradores. Temos clientes que viajam frequentemente e não sabemos das experiências e contatos que eles tiveram recentemente. Quem frequenta nosso salão, fica aqui durante poucas horas, mas nossos funcionários estão dentro do estabelecimento durante todo o dia", comenta Bruno Marlieri, um dos proprietários da rede.

"Consideramos suspender as atividades, mas como estamos seguindo as recomendações das autoridades, não achamos necessário para o momento. O nosso cuidado tem sido excessivo e permanente e acredito que ele pode ser suficiente para o atual momento. Se existir alguma medida que exija o fechamento, vamos avaliar", completa.

Uma outra iniciativa do salão foi não permitir que os funcionários se desloquem para o trabalho por meio de transporte público. A empresa contrata um serviço de aplicativo para fazer o deslocamento dos seus colaboradores diariamente. Funcionários com problemas de saúde e com idade um pouco mais avançada foram dispensados. "Temos em nosso quadro cerca de 90% de pessoas que são profissionais liberais, trabalham sem carteira de trabalho. Fica complicado dispensá-los, sabemos que eles dependem desta renda", justifica. 

O salão tem atendido somente na área externa, com o ar condicionado desligado. "O calor é um companheiro frequente, mas sabemos que estamos dentro de um ambiente mais seguro", conta o dono. Uma maior distância entre as cadeiras de atendimento também foi adotada como medida imediata, assim como o fechamento das áreas fechadas. 
 

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