Nível crítico

Coronavírus em BH: Hemominas tem estoque de sangue comprometido

Entidade lembra que ambiente de doação de sangue é seguro, uma vez que apenas pessoas em boas condições de saúde podem comparecer ao local

Por Daniel Ottoni
Publicado em 17 de março de 2020 | 15:28
 
 
 
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Se em situações normais, o Hemominas já costuma ter seu estoque de banco de sangue comprometido, com o risco do coronavírus, a situação mostra-se ainda pior. Muitas pessoas que fazem parte do grupo de doadores em potencial, em Belo Horizonte, estão evitando comparecer ao local, com medo de serem contaminadas. No entanto, a entidade, apesar de compreender o receio da população, lembra que o local é bastante seguro.

“O ambiente de doação de sangue é bem diferente dos hospitais, onde as pessoas estão em tratamento. O que temos aqui são pessoas saudáveis, até porque, para se doar sangue, é preciso estar com a saúde em boas condições. Já pudemos perceber a ansiedade da população em comparecer porque é uma doença que tem avançado rapidamente. Muita gente evita aglomeração e locais com trânsito de pessoas e isso acaba refletindo no comparecimento dos doadores”, comenta Viviane Guerra, gerente de captação e cadastro da Fundação Hemominas.

Nesta terça-feira, quem compareceu para doar sangue reforçou a importância do gesto, deixando claro que o risco de contaminação do coronavírus é pequeno. “Não vejo Minas Gerais com tantos casos e não tive medo algum. Doar sangue já é importante em qualquer época do ano. Em período de uma pandemia, ainda mais. Temos que pensar no próximo e esta é uma ação bastante louvável”, comenta o analista de sistemas Leandro Barbosa, de 36 anos.

Logo na abordagem e entrevista com os interessados, o Hemominas realiza um maior número de perguntas para ter um melhor conhecimento da rotina recente do doador. Locais para onde viajou nos últimos meses estão entre as questões, analisando possível contato com pessoas infectadas e locais de maior contaminação do coronavírus. “Percebi um maior cuidado deles, com mais questionamentos sobre lugares por onde estive recentemente, além de viagens que familiares que tenho contato fizeram. As pessoas já doam sangue com pouca frequência, agora é a hora de intensificar para manter o estoque em um nível aceitável”, pondera o vigilante Guilherme Costa, de 31 anos.

Estoque ainda mais baixo

A cada dia, ao meio-dia, o Hemominas faz uma atualização do estoque, quando recebe as doações de todas suas unidades. Os números são disponibilizados na página da instituição na internet. O número de estoque do sangue tipo O positivo está 42% abaixo do ideal, em nível crítico, e a quantidade do tipo O negativo está 37% aquém, dentro do nível de alerta.

“Frisamos estes dois tipos sanguíneos porque são os mais frequentes. O O negativo é doador universal e aparece em apenas 5% da população. O O positivo é compatível com todos os grupos positivos. De toda forma, lembramos que todos os grupos estão em queda e reforçamos o pedido de doações, que podem, inclusive, ser agendadas, facilitando a organização dos trabalhos e o fluxo de pessoas", destaca Viviane. 

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