Mulher de 42 anos é enterrada em Itabirinha com suspeita de Covid-19

Uma mulher de 42 anos foi enterrada nesta quinta-feira (2) em Itabirinha, município de 11 mil habitantes localizado na região do Rio Doce, com suspeita de Covid-19. Betânia Cristina Felisberto chegou à cidade há duas semanas depois de um período nos Estados Unidos, onde fazia tratamento contra um câncer já em estado avançado. Após passar mal e ser atendida em casa por uma equipe da Secretaria de Saúde, ela foi encaminhada a um hospital de Governador Valadares, onde morreu.

Segundo informações, Betânia respeitou o isolamento social em Itabirinha e só teve contato com familiares. A Secretária de Saúde de Itabirinha não confirma o óbito de Betânia por Covid-19. As causas da morte ainda estão em investigação e o resultado dos exames sai na próxima quarta-feira (8). O que se sabe é que ela veio a falecer com sintomas do novo coronavírus, como a falta de ar, mas ela já estava debilitada e com a imunidade baixa devido ao quadro de câncer.

De acordo com as informações divulgadas pela prefeitura nesta quinta-feira (2), Itabirinha, que é conhecida pelo fluxo migratório de seus moradores aos Estados Unidos e a países europeus como Portugal e Espanha, relata três casos suspeitos de coronavírus e uma morte - a de Betânia - em investigação.

O prefeito Edmo Cezar Feliciano Reis diz todas as medidas para conter o avanço da pandemia estão sendo tomadas na cidade. “Desde o primeiro momento em que começamos a ser notificados pelas autoridades, tomamos providências no sentido de cancelar eventos, fechar comércio e igrejas e locais onde há possibilidade de aglomeração de pessoas. Estamos seguindo as orientações do decreto do governador Romeu Zema e respeitando o isolamento social”, afirmou à reportagem.

“Não temos casos confirmados aqui na cidade, estamos trabalhando somente com suspeitas. Vamos esperar para que o resultado negativo se confirme no caso da Betânia”, completou o prefeito.

Feliciano Reis destaca que um grupo de vigilância e enfrentamento ao novo coronavírus foi montado na entrada da cidade pela Secretaria de Saúde. A equipe faz o cadastro das pessoas que chegam de outras cidades, estados e países. Atualmente, segundo a administração municipal, 45 pessoas se encontram em período de quarentena.

O pernambucano Reginaldo da Silva Moreira, 49, mora em Itabirinha há três anos, mesmo período em que atua como coveiro e cuidador da Capela Renascer, do Cemitério João Batista de Itabirinha. Ele diz que poucos familiares acompanharam o velório de Betânia, que foi sepultada com a presença de dois funcionários da funerária e duas sobrinhas. “É um caso suspeito, não tem nada confirmado, mas tomamos todas as precauções. Se for confirmado, as coisas mudam. Tomamos todas as precauções, usamos luvas e máscaras, e as pessoas na cidade também têm tomado as medidas necessárias”, conta Moreira.