Pandemia
Quebra do isolamento marca o feriado em vários pontos no Brasil e no mundo
Prefeitos da Baixada Santista pedem que governo feche a descida para o litoral; nos EUA e na Alemanha, manifestantes se aglomeraram; no Peru, feiras ficam cheias
As regras de isolamento social foram quebradas em vários pontos do mundo neste feriado de 1º de Maio. No Brasil, a movimentação já começou na véspera, com a saída de turistas rumo a vários pontos do litoral no Rio e em São Paulo. Fotos e vídeos que circularam nas redes sociais mostravam a chegada a Búzios, tradicional balneário do Rio de Janeiro, com filas de veículos. Segundo motoristas, houve cerca de 15 km de lentidão.
Um grande engarrafamento foi registrado na RJ–102, em uma das entradas do município. “Alô, prefeito, vamos fazer um decreto proibindo a entrada na cidade, mesmo para quem tem casa. Ter casa não é dizer que tem domicílio, que mora aqui”, dizia um morador em um vídeo postado nas redes sociais.
A entrada da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, litoral sul de São Paulo, também registrou congestionamento desde a noite de quinta-feira (30), véspera do feriado. O bairro, onde diversos paulistanos mantêm casas de veraneio, teve filas na portaria entre 18h e 20h. Em nota, a prefeitura disse que intensificou a fiscalização do controle de acesso de veículos ao município a partir desta sexta-feira (1º), feriado do Dia do Trabalho.
O movimento foi tão grande, desde antes do feriado propriamente dito, que prefeitos da Baixada Santista solicitaram formalmente, nesta sexta-feira (1º), que o governo de São Paulo bloqueie a descida da serra. O ofício foi assinado pelos nove prefeitos da região e endereçado ao governador João Doria (PSDB). No documento, os prefeitos dizem que “quarentena não são férias” e também citam a grande concentração de idosos na região.
Na cidade do Rio de Janeiro, o feriado de sol foi de praias cheias. A movimentação nos calçadões da zona Sul foi intensa. Famílias inteiras se reuniam na areia na Barra da Tijuca e no Recreio.
Minas Gerais
Apesar da invasão de turistas na serra do Cipó, os belo-horizontinos parecem ter ficado mais quietos. Com os principais pontos turísticos fechados – exemplos da praça da Liberdade e da orla da lagoa da Pampulha –, poderia se esperar uma onda de saída da cidade, que não aconteceu. A rodoviária teve um dia tranquilo e, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF-MG), não houve grande fluxo de veículos de passeio saindo da cidade, como era habitual em feriadões antes da pandemia.
“Não detectamos essa grande movimentação nas saídas da capital em decorrência do feriado. O movimento ainda continua bem reduzido em relação ao período antes do isolamento social”, informou a PRF.
Mundo agitado
Nos EUA, a sexta-feira foi de muito movimento. Três Estados governados por republicanos começaram hoje a sair do isolamento. No Texas, por exemplo, bares e restaurantes voltaram a funcionar; só precisam respeitar o limite de 35% de lotação.
Nos Estados mais ao sul do país, as praias ficaram cheias de frequentadores que desafiaram as normas de isolamento e saíram de casa em busca de sol e ar fresco. Por outro lado, a maioria das capitais teve aglomeração causada por protestos de manifestantes favoráveis à reabertura do comércio e à retomada de todas as atividades econômicas.
No Peru, o governo local já identificou os mercados como um dos maiores pontos de disseminação do novo coronavírus, mas essa informação parece não intimidar boa parte da população. Mercados e feiras como o de Puno, na fronteira com a Bolívia, estavam fervendo neste 1º de maio.
Apressadinhos
Em Atenas, capital da Grécia, a população não aguentou esperar. As regras de isolamento social começarão a ser afrouxadas a partir da próxima segunda-feira (4), mas hoje já tinha “um formigueiro” de pessoas andando nos principais espaços públicos da cidade.
Já na Alemanha, houve confusão. A polícia alemã deteve, nesta sexta-feira (1º), dezenas de pessoas em Berlim, protestando contra as medidas de contenção contra o novo coronavírus. Na capital, pelo menos 5.000 policiais foram destacados para monitorar a proibição de concentração de mais de 20 pessoas.
No entanto, os radicais multiplicaram suas tentativas de aglomeração. No bairro de Kreuzberg, os manifestantes dispararam fogos de artifício e confrontaram as autoridades. Cinco membros de uma equipe de televisão foram agredidos. Na mesma região, porém, o protesto foi mais bem-humorado. Parte das pessoas foi às ruas para beber e dançar.