Expominas
Zema anuncia que Hospital de Campanha em BH abre na segunda, com 30 leitos
Anúncio da ativação do local foi feito pelo governador Romeu Zema neste sábado
O governador Romeu Zema (Novo) anunciou neste sábado (11) que o Hospital de Campanha do Estado, localizado no Expominas em Belo Horizonte, vai iniciar os trabalhos na próxima segunda-feira (13). No primeiro momento, serão disponibilizados 30 leitos, o mínimo a ser executado no local.
O chefe do Executivo disse que a ativação neste momento é uma medida de cautela necessária. "Em março, tomamos todas as medidas, com a chegada da pandemia ao Estado. Rapidamente, adaptamos o prédio em hospital. Como conduzimos bem, achatamos a curva, e o hospital não foi necessário. Este é o mês que teremos mais casos, óbitos e internações. Daí a necessidade de abrir o hospital, mesmo havendo ainda vagas no sistema convencional. Vamos disponibilizar 30 leitos a partir de segunda. Pode ser ampliado de um dia para o outro em 60, 90, 120 (leitos). Queremos passar por esse período com cautela", disse Romeu Zema.
O local será utilizado se houver sobrecarga do sistema de saúde convencional, onde o governador disse ser a área de atendimento prioritária para os pacientes com a Covid-19, já que possuem uma melhor estrutura para receber esses casos.
Segundo Zema, foram investidos R$ 800 mil do Estado no hospital. Os outros mais de R$ 5 milhões vieram de doações de iniciativas privadas e Fiemg. Além disso, o governador disse que as mortes causadas pela doença no Estado não foram por falta de assistência, mas porque "as vítimas não resistiram", declarou. "Estamos nos preparando para o pior. O modelo teórico serve para uma orientação. Sempre bom termos cautela. Espero e gostaria que, em duas ou três semanas, Minas comece a traçar esse caminho (de encolhimento dos casos)", completou.
O hospital
Alvo de disputas ao longo dos últimos 105 dias, o hospital de campanha tem capacidade para 740 leitos de enfermaria e 28 leitos de estabilização. Para gerir o equipamento, o governo lançou um edital para contratar uma entidade sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social, que ainda está em andamento. O prazo previsto para a publicação da convocação da vencedora é 16 de julho.
O Estado abriu dois chamamentos emergenciais para a contratação de profissionais de saúde para o hospital. No primeiro, foram oferecidas 275 vagas, e houve 1.480 inscritos. No segundo, 177 vagas foram ofertadas.
Na sexta-feita (10), o governo de Minas Gerais realizou, com apoio da Polícia Militar (PM), uma operação de retomada de posse do espaço, medida questionada e criticada pela Nutribom, concessionária responsável pela administração da Expominas conforme contrato assinado em 2018 e válido por 10 anos.
A principal motivação para que a medida fosse adotada seria, de acordo com o governo, a cobrança da concessionária para que fossem postos em funcionamento sistemas de informática e de ar condicionado, necessários para a operacionalidade do local. O Executivo afirma que irá ressarcir a empresa pelos serviços já prestados.
Na resolução conjunta, publicada no Diário Oficial do Estado, a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Seplag) e a PM declararam o uso compulsório temporário do Expominas para o funcionamento do hospital de campanha. De acordo com o governo, enquanto durar situação de emergência de saúde, caberá à Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), proprietária do espaço, adotar as medidas necessárias para a suspensão administrativa do contrato de concessão, assumir a posse da área e transferir o uso para a Seplag e PM.
A Nutribom, por outro lado, declarou ter sido surpreendida por uma ação unilateral do Estado após 104 dias de negociação. A concessionária garantiu ter se mostrado aberta desde que o governo solicitou uso do espaço e que apenas requereu "a construção conjunta de um termo aditivo que pudesse espelhar a nova realidade circunstancial". A empresa também criticou o uso do aparato policial para requisição do local.
Alta complexidade. A unidade de alta complexidade do hospital de campanha do governo do Estado, implantada no Hospital Mater Dei, em Betim, na região metropolitana, ainda não tem previsão de funcionar. Com 180 leitos de UTI, o hospital "é uma reserva técnica e será utilizado em caso de necessidade, ou seja, quando esgotada todas as possibilidades de atendimento na rede hospitalar convencional do Estado", segundo a SES-MG.