Lançado em maio deste ano, o movimento Cidade Lúdica vem promovendo a articulação entre diferentes coletivos que dinamizam a cena cultural e artística das cidades brasileiras. Com maior atuação em São Paulo, a iniciativa vem dialogando também com realizadores de Belo Horizonte, o que motivou o desenho de uma programação que vai começar nesta quarta (7) no Sesc Palladium e segue até o dia 11.
Estão previstas para esta quarta (7) apresentações dos espetáculos “Coração Alado” e “Isto Não É Uma Caixa”, pelo Coletivo Em Caixa, que lida com a técnica do teatro lambe- lambe. As peças acontecem dentro de uma caixa, e o espectador acompanha a narrativa através de um visor. Será realizada também a primeira final estadual de Poetry Slam (uma disputa baseada na declamação de poesias), com a presença de mais de 24 poetas.
“A gente conversou com o Coletivoz, que organiza o slam e promove encontros que acontecem na rua, com a participação da periferia, e achamos incrível trazer isso para a programação, que se baseia em propostas em que se percebe uma relação com a ideia de ressignificar a cidade”, afirma Sheila Ana Calgaro, uma das fundadoras do Cidade Lúdica.
Ela explica que a ideia foi contemplar ações que permeiam diversas áreas, como a literatura, as artes visuais, o teatro e a dança, além de chamar atenção para projetos pioneiros. “Nós estamos mapeando muitas coisas legais, como grupos de dança urbana e de hip hop formados por mulheres, porque a gente sabe que elas, muitas vezes, não têm o mesmo espaço que os homens nesse gênero. Há também uma iniciativa de grafite em parede realizada por um coletivo de mulheres, que deverá ser abordada durante as rodas de conversas”, afirma.
Estão agendados dois momentos de discussão que vão acontecer nos dias 10 e 11, com a participação de coletivos e pesquisadores convidados para discutir essas iniciativas interessadas em viabilizar uma cidade mais criativa e democrática.
“A razão do Cidade Lúdica de existir é justamente a percepção de que há vários movimentos coletivos que estão surgindo para democratizar o espaço urbano. Em São Paulo, nós identificamos cerca de 280 coletivos. Em Belo Horizonte, nós já notamos algo em torno de 80 a 100”, diz Calgaro.
A plataforma, a seu ver, contribui para dar visibilidade e estimular o contato entre articuladores de diversas experiências. “A gente nota que algumas dessas ações acabam sendo fruto de um empenho individual. Então nossa ideia é criar essa rede que busca estimular uma conversa entre esses grupos”, pontua ela.
Na sexta-feira, o coletivo Erro99 vai promover o “Show de Likes”, um concurso em que são eleitos os melhores ensaios fotográficos entre vários inscritos. Para sábado e domingo, estão agendados dois debates com artistas, pesquisadores e ativistas. “Nós vamos discutir trabalhos que dialogam com o ambiente urbano e vamos pensar nas possibilidades de ressignificar o espaço público por meio da arte”, conclui Calgaro.
Programe-se
Nesta quarta (7)
Às 17h Teatro Lambe-lambe, com Coletivo EmCaixa, no foyer Rio de Janeiro.
Às 20h 1ª Final Estadual de Poetry Slam, no foyer Augusto de Lima
Desta quarta (7) a 10/12
Das 9h às 21h Instalação Colaborativa Mapa da Rede, no mezanino do Sesc Palladium
Dia 9
Às 20h “Show de Likes”, com Erro99, no foyer Augusto de Lima
Dia 10
Das 14h30 às 16h Oficina de bambolê, com BamboBH
Às 16h debate: “Nós a Cidade” (com Alessandra Orofino, André Gravatá, DJ Dú Pente e Vinícius Tulio), no foyer Augusto de Lima
Dia 11
Às 16h Roda de conversa: Nós a Cidade (com DJ Cy, Nathalia Barcelos, Joviano Mayer e Brígida Campbell) no foyer Augusto de Lima.
A programação é gratuita e será realizada no Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro, 3270-8100)