A propaganda de ser o primeiro filme de terror de 2019 a chegar nos cinemas não salva “O Manicômio” de ser uma atração completamente descartável. O diretor alemão Michael David Pate usa o recurso de câmera na mão e faz uma espécie de “A Bruxa de Blair” transportada para o século XXI, em que youtubers fúteis tomam o lugar dos estudantes de cinema que protagonizam o filme americano de 1999, dirigido por Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, que virou cult.
A ideia é a mesma: fazer uma espécie de documentário sobre uma caça às bruxas. No entanto, Pate não consegue criar o suspense nem reproduzir um cenário crível para que o espectador realmente ingresse no filme como se ele próprio estivesse com a câmera na mão.
“O Manicômio” perde muito tempo apresentando seus personagens, jovens youtubers que disputam audiência em seus canais e decidem encarar um desafio para angariar mais seguidores: passar uma noite nas dependências de um manicômio abandonado e cercado de histórias assombradas. Munidos de refrigerantes, velas, sinalizadores e câmeras, os jovens seguem com seus carros até o local, abrem o cadeado que bloqueia a entrada para o edifício e começam a filmar. Logo que escurece, uma sequência de acontecimentos estranhos e supostamente sobrenaturais começam a assustar os youtubers.
A partir daí, o filme ganha os elementos de qualquer filme de terror: em vez de andarem juntos, as vítimas se separam; as baterias das lanternas falham; os carros não funcionam… Assim, um a um, os garotos são capturados. Fantasmas ou psicopatas? Quem é o vilão? “O Manicômio” pode ser o primeiro filme de terror do ano, mas certamente não será o melhor.