]“Roma” pode romper amanhã uma tradição na cerimônia do Oscar: nunca uma produção em um idioma diferente do inglês venceu o maior prêmio da noite, o de melhor filme. O drama autobiográfico do mexicano e já vencedor do Oscar Alfonso Cuarón, em 2014, como filme “Gravidade”, é um dos favoritos, mas os prêmios dos sindicatos da indústria, que servem como termômetro, não coincidiram e os analistas afirmam que a disputa está em aberto. O filme, que já venceu diversos prêmios, lidera as pesquisas ao lado de “Green Book: O Guia”, ambientado no período de segregação racial no Sul dos Estados Unidos.
A revista “Rolling Stone” aponta o favoritismo para o filme de Cuarón. Nesse caso, um filme independente, feito no México e por mexicanos, filmado em preto e branco e falado em espanhol e um dialeto indígena, mudaria para sempre a história do Oscar.
“Roma”, que chega à premiação da Academia com dez indicações, conta a história das duas mulheres que marcaram a infância de Cuarón: sua mãe, durante o processo de separação do marido, e uma jovem empregada doméstica de origem indígena, grávida após suas primeiras experiências sexuais. Por meio das duas personagens – interpretadas pelas indicadas Marina de Tavira e Yalitza Aparicio respectivamente –, o filme apresenta um panorama dos conflitos sociais do México dos anos 70.
Na disputa pela estatueta de melhor ator a interpretação de Rami Malek como Freddie Mercury em “Bohemian Rhapsody”, parece ter mais chances que a transformação de Christian Bale em “Vice”. “Com Rami Malek, você assiste um papel que realmente se conectou com o público”, afirma Peter Debruge, crítico da revista “Variety”. Glenn Close é a favorita para vencer a categoria de melhor atriz por seu papel em “A Esposa”. A categoria também tem entre as indicadas Yalitza Aparicio, a protagonista de “Roma”, uma professora sem nenhuma experiência anterior de atuação, e Lady Gaga (“Nasce uma Estrela”). Regina King (“Se a Rua Beale Falasse”) e Mahershala Ali (“Green Book”) são considerados os prováveis vencedores nas categorias coadjuvantes.
A premiação, que acontece neste domingo (24), não terá um apresentador pela primeira vez em 30 anos, depois que o comediante Kevin Hart desistiu do papel por recusar-se a pedir desculpas por tuítes homofóbicos que publicou há alguns anos.