Carnaval 2018

Baianas Ozadas arrastam 650 mil pessoas por Belo Horizonte

Aos gritos de começa, começa, a festa foi iniciada na avenida Afonso Pena com a ala infantil do grupo, os Baianinhas, que fez a multidão sambar igual a gente grande

Por Rafaela Mansur
Publicado em 12 de fevereiro de 2018 | 16:04
 
 
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Só mesmo muita ozadia baiana para formar um mar de gente unida pelo axé e pela alegria do Carnaval no centro da capital mineira, transformado nesta segunda-feira (12) em um pedacinho de Salvador e tomado, desde a manhã, por cores e brilho das 650 mil pessoas que participaram do desfile do maior bloco de Belo Horizonte, o Baianas Ozadas.

Aos gritos de "começa, começa", a festa foi iniciada na avenida Afonso Pena com a ala infantil do grupo, os Baianinhas, que fez a multidão sambar igual a gente grande. Logo no início do desfile, o bloco evocou a influência baiana e fez uma lavagem simbólica com bolhas de sabão da escadaria da Igreja São José, como tradicionalmente é feito na Igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador. Os integrantes ainda soltaram uma pomba branca para pedir paz na folia da capital.

"Sou, sou, sou, sou Baianas!": a música que abriu o desfile foi criada especialmente para a folia de 2018, mas os foliões aprenderam rápido e, logo, milhares de vozes já acompanhavam o fundador do bloco Geo Cardoso. Do alto do trio potente, ele não deixava ninguém ficar parado e, a todo momento, gritava "Ajayô" – saudação a Oxalá que ficou conhecida na voz de Carlinhos Brown.

Todos os anos, o Baianas homenageia um baiano, e, desta vez, foi o músico quem estampou a camisa dos cerca de 200 integrantes da bateria e alas de canto e dança do grupo. "Ele está fazendo 40 anos de carreira como músico. A gente teve oportunidade de estar com ele em Salvador, ele está ciente e nos abençoou. Nós achamos que era hora de homenagear esse grande rei do Carnaval", afirmou a empresária do Baianas, Polly Paixão.

Tinha gente de tudo quanto é lugar, gosto e idade acompanhando o Baianas. Uma das folionas que estrou na festa foi a cabeleireira Rose Mary, 40, dona de uma história que se confunde com a do bloco – belo horizontina, ela nasceu no Carnaval, em fevereiro, filha de baiana. “Está divino, tudo de bom, temos que prestigiar nosso Carnaval”, afirmou.

Já a comerciante Cássia Alves, 56, acompanha a ozadia do Baianas desde outros carnavais. "Eu amo esse agito, as músicas, essa emoção. É maravilhoso”, disse, vestida a caráter. E não teve quem, no meio de toda a multidão, discordasse dela.

Ala de inclusão faz sucesso

Quem também deu show e abriu as alas do desfile do Baianas Ozadas foi a ala de inclusão, criada em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae-BH).

"Essa inclusão é sensacional, eles poderem fazer parte de uma festa tão bonita, super bem organizada, e eles perceberam que eles fazem parte deste momento e estavam super ansiosos", contou a coordenadora de relações institucionais da Apae-BH, Cyntia Mansur.

Fernanda Nogueira, 22, era uma das estrelas da ala e se produziu toda como uma baiana bem ozada para participar da festa. "Estou muito feliz, meu coração está batendo acelerado", disse, animada.

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