Maria Bopp volta a encarnar a garota de programa Raquel Pacheco/Bruna Surfistinha na série da Fox “Me Chama de Bruna”, que conta a vida da estudante que se torna prostituta de luxo em São Paulo. A série é inspirada no livro “O Doce Veneno do Escorpião”, que Raquel escreveu em 2005, dando voz às mulheres que encontraram na prostituição uma profissão.
O canal Fox Premium lançou, na última sexta-feira, às 22h30, a quarta temporada da série, que encerra um ciclo da personagem principal. A temporada completa já está disponível no app da Fox Premium. “Me Chama de Bruna” aborda, nas duas primeiras temporadas, os caminhos de Bruna Surfistinha na prostituição. Já a terceira e a quarta temporadas trazem bastantes elementos da Raquel Pacheco com seus reflexos da adolescência, seu relacionamento com a família. “Agora, a Bruna está mais consciente de sua trajetória. Ela perdeu aquele jeito inconsequente de se jogar no mundo”, conta Maria Bopp ao Magazine. “Ela está construindo uma família nesta nova temporada, então, está mais responsável, mais madura”, diz a atriz, que é sobrinha-neta de José de Abreu.
Maria também conta que, pela primeira vez, Raquel vai viver alguns dilemas éticos em relação à profissão e à exposição que começou a ter com a internet. “Com a entrada da Alice (personagem vivida por Débora Ozório), ela começa a se questionar sobre a prostituição, porque a garota de 15 anos vê a Bruna como um exemplo”, explica Maria, que começou sua carreira de atriz, aos 20 anos, justamente em uma série sobre prostituição de luxo, a “Oscar Freire 279”, que foi ao ar no Multishow, em 2011.
Maria estudou bastante o livro “O Doce Veneno do Escorpião” para viver Raquel/Bruna, mas também inseriu suas próprias experiências. “Costumo dizer que minha maior matéria prima fui eu (risos)”, afirma a atriz. “Tenho uma vida diferente da Raquel, mas tenho minhas histórias, minhas descobertas, minha sexualidade. Busquei introduzir esses meus elementos para passar a minha verdade para a personagem. Afinal, ela tinha 17 anos quando começou a se prostituir e era uma menina descobrindo a vida. Não dá só para olhar o lado mulherão da Raquel. Ela é carne, osso, humanidade”.
Além de ler o livro – “que é uma fonte inesgotável de informações” –, Maria conversou com Raquel Pacheco, buscou outros livros e documentários sobre prostituição, um tema que sempre desperta a curiosidade do público. Tanto que “Me Chama de Bruna” é a série mais bem-sucedida da Fox Brasil no exterior, em cartaz em mais de 50 países.
“Aqui no Brasil o livro e a história da Raquel já é bem conhecida. Na América Latina é tudo novidade”, arrisca Maria quando fala sobre esse sucesso internacional da série. “Fora que a Fox é acessível a um grande número de assinantes”.
Pedofilia em foco na quarta temporada
“Me Chama de Bruna” aborda temas polêmicos e, nesta quarta temporada, a série traz a pedofilia ao apresentar Alice, personagem de Débora Ozório. “Trazemos temas atuais, como já é tradição da série, por meio dessa personagem e do sonho da Bruna de constituir uma família”, conta a roteirista Vera Egito.
Na trama, Alice é uma adolescente de 15 anos que se espelha na Bruna que vê nas redes sociais. A admiração levará a jovem para uma rede de pedofilia, enquanto Bruna vive um dilema ético – algo que ela nunca havia experimentado. “Bruna tem essa coisa bem resolvida com uma escolha feita aos 17 anos e pensamos em criar uma situação em que essa escolha não daria certo. Não é toda menina que consegue se resolver com a prostituição”, afirma Vera, que descreve essa quarta e última fase como um recomeço para Bruna. “Ela está apaixonada. Não posso dar muito spoiler, mas é algo bacana de acompanhar”.