Televisão

Claudia Ohana fala de sua personagem em "Verão 90"

A atriz interpreta Janice, uma mulher que luta pela sua família e contra todo e qualquer tipo de preconceito

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de fevereiro de 2019 | 21:08
 
 
 
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O tempo agiu a favor de Claudia Ohana. Em 'Verão 90', a atriz sempre aparece reluzente na pele da batalhadora Janice. Na trama das 19h da Globo, a personagem é a confidente da irmã, Janaína (Dira Paes), e tem uma linda família, composta pelo marido, Otoniel (Val Perré), e os filhos Diego (Sergio Malheiros) e Clarissa (Alana Cabral). No entanto, seu clã tem que lutar contra o preconceito.
Na entrevista a seguir, a carioca de 56 anos fala sobre o lado popular de Janice; avalia que faltava um papel assim na sua carreira e lembra o significado da década de 90. Além disso, a atriz comenta o que acha das pessoas que criticam o envelhecimento dos artistas, como cuida de sua saúde e aparência e de movimentos feministas como Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas, Ele Não e Time’s Up.<

Como está sendo viver a Janice em “Verão 90”?

Ela é uma mulher batalhadora, honesta, feliz. É meu primeiro personagem bem popular, mas não no sentido de pobreza e, sim, porque ela é espalhafatosa. Inclusive, me inspirei numa atriz que sabe fazer muito bem esse tipo, que é a Fabiula Nascimento. No primeiro capítulo falei que ia fazer uma coisa meio cinema, mas, aí quando vi o tom da novela, pensei: “Opa, vamos fazer uma novela de Jorginho Fernando (diretor)”. Aí fui subindo o tom, ficando mais popular... ela beija e abraça muito. Eu já sou mais tímida.</CW>
<MC>Faltava um tipo assim na sua carreira? <MC><CW0>Eu não sabia que ela era assim, fui descobrindo. Acho que é muito legal, porque é uma coisa que nunca fiz. Ator adora isso, mas não passei por laboratório. Na história, Janice começou vendendo sanduíche na praia. Depois, ela passou a vender roupa de baile, o que é bem daquela época. Faço com mais verdade.

A novela faz essa viagem aos anos 90. O que representou pra você essa década?

Nos anos 90, eu trabalhava tanto! Os anos 80 foram de farra, mas nos 90 trabalhei muito e também viajava bastante pra fora do país. A minha nostalgia é mais com relação aos anos 80. Engraçado, pra mim parece que essa época foi ontem Não é tão distante, sabe?

Algumas pessoas criticam o envelhecimento dos artistas. O que acha disso?

As pessoas acham que a velhice está ligada à feiura, mas tem que aceitar que todo mundo vai envelhecer. Isso não tem jeito. Mesmo que você faça procedimentos, vai envelhecer. A gente tem que se cuidar cada vez mais.

E como você se cuida?

Faço ginástica, cuido da pele, do sono... Tenho fases que danço mais, outras fico na musculação. A gente se maquia todos os dias, então tem que tirar, limpar bem, usar filtro solar. Adoro pegar sol, mas não posso me queimar hoje em dia. É importante alimentação, sono, água e ter fé em Deus, espiritualidade, calma e paz. Eu faço meditação, alongamento, yoga. Acho que isso é fundamental. Não perco meu tempo saindo à noite, você tem que ficar se cuidando.

O que acha desses movimentos de união das mulheres como Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas, Ele Não e Time’s Up? 

Estamos lutando. Temos que lutar muito pela mulher quando está vindo um lado contrário que fala que ela tem que ficar em casa. Voltamos para quando? 1960? É um retrocesso. Daqui a pouco a gente vai tirar sutiã e queimar, começar tudo de novo. Eu não sei a história do José Mayer. Acho que há uma intolerância agora das mulheres em relação ao assédio porque realmente tem que ser radical, as pessoas não podem passar do limite. Como eles ainda não sabem o limite, a gente tem que ser um pouco radical, infelizmente. Paquerar é uma coisa deliciosa, mas as pessoas têm que saber o limite.

 

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