Embora tenha uma atuação mais assídua como arranjador do que como compositor, o pianista Fred Natalino pretende abordar, na live que divide hoje com a Orquestra Sesiminas, as duas facetas do seu veio artístico. "Eu diria inclusive que são tarefas muito parecidas, uma vez que ambas lidam com a criação musical. A diferença é que, quando a gente compõe, cria o nosso próprio material musical, as melodias, temas, o que vai ser usado como base. Já no arranjo, lidamos com um material pré-existente, geralmente de outra pessoa - embora sim, seja possível compor e, num momento posterior, arranjar. Ocorre que muitas vezes um arranjo é também uma espécie de composição, mesmo sendo a música de outra pessoa", explica o convidado da semana do projeto Dando Corda, que vai ao ar nesta quarta, às 20h30, no instagram @orquestrasesiminasmusicoop.
"Devo falar um pouco sobre os limites de cada atividade. E sobre o que cada uma aborda, quais as diferenças e semelhanças. Muito provavelmente, a gente deve tratar desse assunto dentro das obras que tenho feito, as minhas aberturas, que são peças que eu fiz para abrir espetáculos como por exemplo o 'Sinfônica Pop', do Palácio das Artes, para diversas edições (ele trabalhou sobre as composições do repertório de Milton Nascimento, Ivan Lins, Elba Ramalho, Gal Costa, Leila Pinheiro, o saudoso Luiz Melodia e Carlinhos Brown, entre outros)", complementa Natalino, que, vale lembrar, começou a se enveredar pela música aos sete anos de idade (hoje, contabiliza 34).
Mestre em Música pela UFMG (2015) e bacharel em piano pela mesma instituição (2009), Fred Natalino é também formado no curso técnico em piano pelo Conservatório Brasileiro do Rio de Janeiro. No Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado (Cefart), foi professor de Percepção Musical e pianista ensaiador dos cursos básico e profissionalizante de dança, além da Big Band Palácio das Artes e do Coral Infantojuvenil Palácio das Artes. Atualmente, é pianista do Coral Lírico de Minas Gerais e da Happy Feet Jazz Band. "O fato de ser instrumentista me ajuda bastante (nas outras vertentes de seu trabalho)", assegura.
Indagado sobre como está a vida em tempos de quarentena, Natalino reflete que, de uma certa forma, sua rotina não sofreu grandes alterações. "Porque o trabalho de arranjador é muito solitário, e feito em casa mesmo, inclusive em ocasiões 'normais'. A gente trabalha usando um instrumento, mas, principalmente, o computador, para escrever as notas das partituras. Então, por esse lado, não mudou tanto. O que mudou é que, como as orquestras e conjuntos de um modo geral estão praticamente parados devido à suspensão das atividades prsenciais, diminuiu muito a demanda de arranjos. Mas até que eu fiz muitos trabalhos para gravações à distância, como para o Coral Lírico de Minas Gerais e, agora, também para a Orquestra Ouro Preto. Enfim, para formações que se juntam para fazer vídeos à distância". Quanto à parte do piano, Fred diz que tem se dedicado bastante a gravações para vídeos ou playbacks.
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