Criado em 1970 pelos artistas plásticos Álvaro Apocalypse, Tereza Veloso e Madu, o Giramundo, com seu teatro de bonecos, se transformou em sinônimo de originalidade, tradição, beleza e sensibilidade, e colocou seu nome na fileira dos artistas que engrandecem a cultura mineira e brasileira. Atualmente, o grupo é comandado pelos diretores Marcos Malafaia, Ulisses Tavares e Beatriz Apocalypse.
Essa trajetória de cinco décadas, dezenas de espetáculos e um acervo de aproximadamente 1.500 bonecos será tema de uma live neste sábado (23), às 16h, com a participação de Beatriz e Malafaia. O encontro virtual marca o início do “Circuito Em Casa”, versão online do Circuito Municipal de Cultura, que acontece até o dia 31.
“Vamos falar da nossa história desde a fundação até os dias de hoje, curiosidades e do futuro pós-pandemia. Esperávamos estar mais perto do público, fazendo festivais, lançado livro, mas tudo tem um sentido e isso vai passar. Sentimos falta dos palcos, mas estar na casa das pessoas também é muito especial. Será um bate-papo muito interessante”, comenta Beatriz, integrante do grupo desde 1984.
Segundo a artista, o Giramundo tem feito lives desde o início da pandemia e a transmissão deste sábado também será importante para fortalecer a campanha de financiamento coletivo SOS Giramundo. “Estamos nos acostumando com esse meio de comunicação e o retorno do público é muito legal para nós. Temos que tirar algo de bom dessa situação”, ela diz.
Nesta quinta-feira (28), o grupo de teatro de bonecos volta à agenda do “Circuito Em Casa” com a apresentação de pílulas gravadas durante a quarentena. “Selecionamos personagens de alguns espetáculos e os atores, cada um em sua casa, gravaram tudo feito pelo celular. Foi uma experiência muito interessante”, comenta Beatriz.
Circuito online
O Giramundo inicia a programação do “Circuito Em Casa”, ação da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC), para dar vez e voz à produção local, além de valorizar os artistas da capital mineira nesse difícil período de pandemia.
As atividades contemplam diferentes expressões artísticas - reúnem música, artes cênicas, literatura, audiovisual, artes visuais e cultura popular - e serão transmitidas online, ao vivo. Com as medidas de isolamento social, o Circuito Municipal de Cultura foi suspenso, mas as atividades que já estavam previstas serão realizadas nos meios digitais.
A secretária Municipal de Cultura e presidenta interina da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin, ressalta a necessidade do isolamento para conter o avanço do novo coronavírus e reforça o papel das artes nesse contexto: “O Circuito em Casa amplia as opções culturais da população que está em casa durante esse período, valorizando os artistas da cidade e apresentando em um novo formato a programação que já estava planejada e precisou ser interrompida em razão da pandemia”.
Onde ver
O “Circuito Em Casa”, versão online do Circuito Municipal de Cultura, será transmitido no YouTube da Fundação Municipal de Cultura e pelas páginas do evento no Instagram e no Facebook.
Fique ligado: confira as atrações do “Circuito Em Casa”
Sábado (23)
16h - Homenagem aos 50 anos do Grupo Giramundo (BH) - Teatro de Boneco
Nesta apresentação online, o Giramundo apresenta uma live com a presença de Beatriz Apocalypse e Marcos Malafaia. Ao longo do Circuito em Casa serão apresentadas seis pílulas com personagens que contam um pouco a história de seu espetáculo e a história do grupo.
Onde: YouTube, Instagram e Facebook
Domingo (24)
15h: Cia Pé de Moleque (BH) – Música e Contação de Histórias para crianças
Onde: YouTube, Instagram e Facebook
Segunda-feira (25)
A partir de 12h: Circuito Cine Clube
Exibição dos curtas-metragens “Poder” (2018, 18 min, 14 anos), de Sabrina Rosa; “Paresiga” (2018, 31 min, 14 anos), de Gilberto Scarpa, e “Estado Itinerante ((2016, 25 min, livre), de Ana Carolina Soares. Filmes disponíveis até 3 de junho.
Onde: YouTube
Sinopses
“Estado Itinerante”: Vivi quer escapar de uma relação opressora. Em período de experiência como cobradora de ônibus, ela trabalha desejando não voltar para casa. Prêmios: Festival de Brasília: Prêmio Canal Brasil, melhor filme pela crítica, menção honrosa do júri oficial e melhor atriz; Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre - 5° edição - Prêmio Melhor Cena; Mostra Sesc de Cinema - Melhor Atriz; 8ª Semana dos Realizadores - Melhor Filme.
“Paresiga”: O filme mostra um casal por volta dos 60 anos relembrando fatos do passado e questionando a relação a dois. As lembranças servem de gatilho para o casal tocar em temas universais dos relacionamentos amorosos: afeto, entrega, traição e cumplicidade.
“Poder”: Filme conta a história de quatro amigas negras vivendo seus dramas cotidianos. Para relaxar, decidem ir a uma cachoeira. Durante o banho, recebem uma carga energética que lhes dá superpoderes.
Terça-feira (26)
19h - Terça da Dança – Curta “O Choro”- Move Concreto (BH). Filme disponível até 2 de junho.
Onde: YouTube
A proposta do “Move Concreto! Vídeodança pela Cidade” tem como objetivo democratizar as diferentes formas de vivenciar a dança nos espaços públicos. “Choro” é um vídeodança produzido pelo Grupo Contemporâneo de Dança Livre no bairro La Candelária, em Bogotá.
Quarta-feira (27)
A partir de 12h – Circuito Cine Clube
Exibição da websérie “Saberes do Sagrado” (2015, quatro episódios de 40 min cada, livre), da Associação Filmes de Quintal e Iphan, e do curta “A Rainha Nzinga Chegou” (2019, 74 min, livre), de Júnia Torres e Isabel Casimira Gasparino. Filmes disponíveis até 3 de junho.
Sinopses
“Saberes do Sagrado” retrata uma série de encontros visando a transmissão e a troca de saberes e de fazeres inscritos nas práticas dos reinados. Episódios dedicados aos cantos, toques, e ao fazer dos instrumentos sagrados: a caixa de folia, a gunga e o patangome. Os encontros foram realizados na Irmandade de Ibirité e na Irmandade Os Ciriacos, em Contagem, e na sede da Guarda de Congo e Moçambique Treze de Maio, no bairro Concórdia, em BH.
“A Rainha Nzinga Chegou” inspira a comunidade do Reino Treze de Maio, uma irmandade negra de caráter essencialmente religioso que descende da espiritualidade e das normas praticadas por Nzinga, mas que não está na África e sim em Minas Gerais.
20h – Bate papo virtual com Ana Carolina Soares, diretora do curta “Estado Itinerante”, e com Maiz Assumpção, produtora do Projeto Imagens dos Povos, falando sobre os curtas “Paresiga” e “Poder”.
Onde: YouTube, Instagram e Facebook
Quinta-feira (28)
19h - Homenagem aos 50 anos do Grupo Giramundo (BH) - Teatro de Bonecos. Nesta apresentação online, o Giramundo apresenta uma série de pílulas, de no máximo três minutos de duração, com personagens que contam um pouco a história de seu espetáculo e a história do grupo.
Onde: YouTube, Instagram e Facebook
20h – “Tecnologias Tradicionais para uma Vida em Quarentena”, com Pai Ricardo (BH) - Cultura Popular
No bate-papo, o mestre Ricardo de Moura, Pai Ricardo, falará das tecnologias construídas a partir da diáspora e no encontro com os povos originários, que constituem saber precioso para tempos de acolhimento e resistência.A live é uma homenagem aos festejos da cultura popular de maio de 2020.
Onde: YouTube, Instagram e Facebook
Sexta-feira (29)
19h – Representação de trechos do espetáculo “Os olhos moles de Pagu”, com a atriz, jornalista e gestora cultural Ana Gusmão, escrito e dirigido por kalluh Araújo. Bate-papo em seguida com participação especial de Juliana Motta, psicanalista, membro da AMP/EBP-MG e coordenadora da Residência Multi Saúde Mental da FHEMIG – Multiáreas.
Onde: YouTube,Instagram e Facebook
Sábado (30)
17h – Show Julia Tizumba (MG) - Música
Júlia Tizumba é atriz, cantora, compositora, instrumentista e integrante do Coletivo Negras Autoras. Nesta apresentação, acompanhada pelo músico Belisario Tonsich, apresenta composições próprias e um apanhado de canções da Música Popular Brasileira que fazem parte do repertório de seus quinze anos de carreira.
Onde: YouTube, Instagram e Facebook
Domingo (31)
17h – Bate-papo sobre música com a jornalista Roberta Martinelli (SP) e o músico, empresário, diretor e produtor artístico Evandro Fióti (SP), que criou junto com o irmão, o rapper Emicida, a gravadora LAB Fantasma. O bate papo vai abordar estratégias para o empreendedorismo na música em tempos de crise.
Onde: YouTube, Instagram e Facebook
Acesse o site do Circuito Municipal de Cultura.