Termina, neste sábado (31), o Inverno Estelar 2021, realizado pelo Espaço Comum Luiz Estrela. Com uma programação híbrida, promovida desde o dia 23, o evento reuniu rodas de conversa, exposição de fotos, filmes, feitura e distribuição de pães e zines, oficina de dança, apresentação de espetáculos virtuais e podcast. A feitura e distribuição de sopa na porta do espaço, localizado no bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte, marcará o encerramento do festival, respeitando todos os protocolos de segurança e saúde. Toda a programação do Inverno Estelar está detalhada no Instagram e no site do centro cultural.
Recentemente, o Espaço Comum Luiz Estrela entrou para a lista oficial do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) como um Museu de Território/Ecomuseu, um conceito criado recentemente para identificar espaços em que a comunidade é fundamental no processo museológico, intervindo nas suas diferentes fases, desde a concepção, execução e manutenção.
Diante das dificuldades encontradas durante a pandemia, o Inverno Estelar abriu uma ‘vaquinha’ online para ajudar os participantes do evento e o próprio casarão, que necessita de apoio para dar continuidade na sua reforma. Para apoiar, basta acessar o site www.evoe.cc/luizestrela.
O espaço
O movimento para a ocupação e criação do Espaço Luiz Estrela surgiu em 2013 através de um grupo de artistas que começou a pensar sobre a proposta de intervenção artística em um imóvel abandonado na capital. O imóvel escolhido para a intervenção fica na rua Manaus, 348, São Lucas, foi construído em 1913, primeiro hospital militar de BH (Hospital Militar da Força Pública), só que inutilizado desde 1994. O prédio foi também Hospital de Neuropsiquiatria Infantil (com crianças abrigadas possivelmente em formas extremas de severidade) e o Instituto de Psicopedagogia.
Segundo o coletivo do Espaço, “a escolha do prédio levou em conta o tempo de abandono (cerca de 20 anos), a titularidade do domínio (o imóvel é público estadual), a localização central, o fato de ser um bem tombado pelo patrimônio histórico e cultural em acelerado processo de degradação e a existência de um hospital psiquiátrico infantil ao lado, o que permitiria um trabalho no campo da loucura na perspectiva antimanicomial”.
O nome do espaço é uma homenagem ao poeta e morador de rua Luiz Estrela, assassinado em 2013. Nesses quase 7 anos de ocupação, o Coletivo passou por um longo e intenso processo de construção de autogestão, e do entendimento de Comum, seguindo em constantes mudanças, inúmeros aprendizados e eterna resistência. Muitas intervenções culturais já foram realizadas e o local se reafirma como espaço cultural popular inclusivo.