Juliana Perdigão faz show em BH de seu novo disco, 'Folhuda'

Acompanhada da banda Os Kurva, a cantora, compositora, atriz e multi-instrumentista mineira Juliana Perdigão retorna a Belo Horizonte, onde vai se apresentar nesta quinta (4) e sexta-feira (5), no Teatro de Bolso do Sesc Palladium. As duas noites vão marcar a estreia dos shows do seu terceiro disco, “Folhuda”, lançado em janeiro deste ano. A artista também será a primeira atração do projeto Mesa Brasil Musical, cujo novo formato, mais intimista, também será inaugurado nessa ocasião. 

Juliana pontua que apenas o pianista e tecladista Chicão, que compõe Os Kurva ao lado de Moita (guitarra e baixo), João Antunes (baixo, guitarra e violão) e Pedro Gongom (bateria e percussão), não vai estar ao lado dela no palco. Em razão disso, junta-se agora à formação o multi-instrumentista mineiro Paulim Sartori. 

“Ele é um músico maravilhoso aqui da cidade (BH) e tem feito um projeto agora em São Paulo (onde Juliana reside atualmente). Chicão não pôde estar conosco nesses shows, então convidamos o Paulim, que, embora não tenha o piano como seu principal instrumento – ele é mais baixista e guitarrista –, toca tudo, é muito versátil e mandou muito bem nos ensaios”, comenta Juliana.

O repertório vai trazer as 12 canções do novo álbum, além de algumas anteriores, como “Ó”, que faz parte do seu segundo disco, lançado em 2016, entre outras novidades. O principal critério que norteou as escolhas é a afinidade de todas as músicas com a poesia. Afinal, “Folhuda” é inteiro construído a partir de poemas de Angélica Freitas, Bruna Beber, Arnaldo Antunes, Renato Negrão, Fabrício Corsaletti, Murilo Mendes (1901-1975), Oswaldo de Andrade (1890-1954) e Paulo Leminski (1944-1989).

“Então, eu tentei manter essa relação com a poesia. ‘Ó’ foi feita a partir de um trecho do poema de Haroldo de Campos (1929-2003), e ‘Luz’, que já tocávamos a partir de música de Jards Macalé, tem letra baseada no poema de Confúcio (551 a.C. - 479 a.C.), vertido para o inglês por Ezra Pound (1885-1972), que, por sua vez, foi traduzido para o português por Augusto de Campos”, diz Juliana.
“Mas também há outra música, ‘Dente no Dente’, feita por Jards Macalé e Torquato Neto (1944-1972), que nós não havíamos tocado ainda. Temos também outra canção que fiz junto com Angélica (Freitas). Ela pegou fragmentos de poemas de Safo (poeta grega), e fizemos um ‘rockinho’ meio Rita Lee, com uma temática voltada para o amor lésbico”, completa ela. 

Com todas as melodias e arranjos de “Folhuda” concebidos por ela mesma, Juliana ressalta que, pela primeira vez, vai estar no palco com uma presença mais difusa, não só centrada nos vocais, mas também dividindo-se na guitarra.

“Esse show vai me tirar um pouco da posição de cantora e intérprete somente. Enfim, acho que as próprias canções falam por si e falam de mim de maneira mais direta. Então, acho que vai ser uma experiência interessante fazer esse show. Será uma nova maneira de me apresentar”, observa ela.

Outras parcerias 

Juliana também antecipa que vem compondo com Nuno Ramos e deverá acrescentar novos trabalhos em breve aos futuros shows. “Nós acabamos de fazer uma que se chama ‘Vida Minha’. E, desta vez, o processo foi diferente: eu mandei a música, e ele fez a letra. Em ‘Folhuda’ to do o caminho foi inverso”, conta a artista. 
“Nuno tem um léxico muito particular dele e que tem a ver com essas referências dos outros ofícios dele, que também é artista plástico, além de escritor”, completa Juliana. 

Agenda

O quê

Juliana Perdigão faz shows do disco “Folhuda”.

Quando

Quinta (4) e sexta (5), às 20h.

Onde

Teatro de Bolso do Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro).

Quanto

R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).