Comentário infeliz

Apresentador de TV é acusado de racismo: 'Se fosse bom, seria Montebranco'

O âncora do programa “Alterosa Alerta é acusado de racismo após tentar zombar do Ibope durante uma conversa com um repórter

Por Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2019 | 09:14
 
 
 
normal

Um comentário feito pelo apresentador Stanley Gusman, da “TV Alterosa”, trouxe indignação e revolta na internet. O âncora do programa “Alterosa Alerta” é acusado de racismo após tentar zombar do Ibope durante uma conversa com um repórter.

"Eu sei quem é o dono do Ibope. É o Montenegro (Carlos, atual presidente do instituto). Se fosse bom, seria ‘Montebranco’", comentou Gusman enquanto o repórter mostrava-se visivelmente desconfortável durante o link ao vivo que aparecia no telão do programa.

A deputada estadual pelo PSOL, Andreia de Jesus prometeu que tomará medidas cabíveis contra Gusman.

"Mesmo com esses casos recentes e tantas outras campanhas educativas e oficinas sobre comunicação não-violenta, alguns apresentadores da TV aberta não se sentem constrangidos em fazer comentários racistas ao vivo. Este vídeo é do Alterosa Alerta de hoje (terça-feira), exibido na hora do almoço na TV Alterosa”, publicou a deputada.

 "Vamos encaminhar um ofício para que o MPF e a Comissão de Igualdade Racial da OAB MG estejam cientes e possam tomar as devidas providências em relação ao caso. Não passarão", concluiu.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) repudiou a atitude do jornalista e tratou como “inaceitável” a ofensa de conotação racial.

“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG)  considera grave e inaceitável a ofensa de conotação racial veiculada em programa da TV Alterosa nesta terça-feira, 9 de julho. Ao invés de fazer o uso da liberdade de expressão para a promoção de temas construtivos e de valorização da igualdade, o apresentador do Alterosa Alerta Stanley Gusman reverbera o racismo odioso que envergonha a sociedade brasileira e que não pode ser, de forma alguma, multiplicado por meio de uma emissora de televisão que, além de tudo, opera a partir de uma concessão pública do estado brasileiro”, publicou em comunicado.

Na mesma nota, o sindicato pediu que o caso seja punido e reafirmou sua luta contra o racismo.

“O SJPMG espera que o caso seja devidamente apurado e responsabilizado. A entidade clama pelo bom uso do jornalismo e do espaço público concedido às emissoras de televisão com a finalidade de promover a cidadania e os direitos humanos. Os jornalistas de Minas se unem à luta do povo negro do estado e do país contra o racismo e pela afirmação dos seus direitos”, completou.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!