Boa dupla em filme equivocado sobre o ladrão

Robin Hood, personagem folclórico inglês, já foi retratado em diferentes versões. O anti-herói ganhou até mesmo adaptações feitas pela trupe de Os Trapalhões, em 1973 (“Robin Hood: O Trapalhão da Floresta”) e 1992 (“O Mistério de Robin Hood”). Ao longo dos anos, atores como Sean Connery, Russell Crowe e Kevin Costner já interpretaram Robin. Agora, uma nova e controversa versão entra em cartaz. Trata-se de “Robin Hood: A Origem”, de Otto Bathurst, diretor do primeiro episódio da série “Black Mirror”.

Nesta aventura, Taron Egerton (“Sing” e “Voando Alto”) é o lorde Robin Loxsley, um nobre que se apaixona pela plebeia Marian (Eve Hewson). Quando começa a viver esse romance, o moço é convocado para lutar nas Cruzadas em nome do exército britânico. Robin vai à luta e, a partir daí, é retratado como um herói mascarado moderno, que lança suas flechas como se estivesse descarregando uma metralhadora.

Robin, em sua luta pela sobrevivência, não deixa de ser justo e toma para si as dores de um pai que vê seu filho morrer. Assim, ele liberta um inimigo que passa a ser seu aliado. Na clássica história, esse personagem é Little John. No filme, é apenas John, papel de Jamie Foxx. Ao regressar para casa, Robin encontra tudo abandonado e vê que Marian está casada com outro homem, Will (um inexpressivo Jamie Dornan, de “Cinquenta Tons de Cinza”). Ao encontrar seu amigo Frei Tuck (Tim Minchin), Robin descobre que o xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn) disse a todos que ele havia morrido em combate.

Revoltado, Loxsley encontra em John um parceiro para derrubar o xerife e seu esquema de traição à coroa. Foxx e Egerton formam uma boa dupla, mas não conseguem salvar o filme em sua abordagem equivocada do herói.