Renascimento italiano

Casa Fiat de Cultura anuncia exposição de Sandro Botticelli

A partir do dia 5 de maio, o público apreciador de arte poderá conferir de perto obras que nunca vieram ao Brasil, como Vênus

Por Patrícia Cassese
Publicado em 14 de fevereiro de 2020 | 14:55
 
 
 
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Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, ou simplesmente Sandro Botticelli. O pintor florentino (1445-1510), um dos nomes ícones do profícuo movimento artístico que passou para a história com o nome de Renascimento, é o protagonista da próxima grande exposição da Casa Fiat de Cultura. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira, em entrevista coletiva no equipamento que, em 2020, completa 14 anos de existência, sendo cinco desses integrando o Circuito Cultural Praça da Liberdade. A exposição "Botticelli e Seu Tempo na Casa Fiat de Cultura" será aberta no dia 5 de maio, podendo ser visitada até 12 de julho. A entrada será gratuita.

"Vamos trazer diversas obras que nunca vieram ao Brasil, então, é uma mostra que traz um caráter inédito grande", salienta o presidente da Casa Fiat, Fernão Silveira. "O acervo (que vai compor a empreitada) está entre 21 e 23 obras, tanto de Botticelli quanto de alguns de seus discípulos e contemporâneos, mas ainda não fechamos o número, a lista final. No entanto, a 'Vênus' (1495-1497) já está confirmada", adianta.

Importante frisar que não se trata do célebre "O Nascimento de Vênus"  (1485–1486), talvez a obra mais icônica de Botticelli, junto a "A Primavera" (1482),  cujos traços hoje são facilmente reconhecidos mundo afora, até por quem não é tão enfronhado assim no universo da arte (pelo fato de inclusive serem constantemente incorporados a outros universos, como o da moda ou da street art).

As duas obras pertencem ao acervo da Galleria degli Uffizi, em Florença, de onde dificilmente sairiam. "A 'Venus', por sua vez, pertence ao acervo da Galleria Sabauda, de Turim, e insere-se nesse diálogo que abarca também 'O Nascimento da Vênus'", pontua Silveira.

Mas sim, entre os 11 museus cujos itens do acervo a exposição na Casa Fiat contará, a Uffizi estará presente, bem como equipamentos e coleções particulares de outras quatro cidades italianas: Veneza, Turim, Milão e Montelupo Fiorentino.

Fernão Silveira conta que a Casa Fiat já vem "namorando" Botticelli há quase três anos. "Nesse período, várias propostas de uma exposição dele já rodaram aqui,  mas a gente não conseguia consolidá-las por motivos como agenda ou mesmo recursos. Veja, não estamos abrindo os valores, mas é uma exposição cara. Um dos maiores investimentos, senão o maior, que já fizemos na Casa Fiat", revela ele.

O atual presidente do equipamento acrescenta que a equipe local está trabalhando com o curador italiano Alessandro Cecchi, "que é um dos maiores estudiosos de Botticelli do mundo", e com a Base 7, "grupo de curadores e organizadores que está nos ajudando a trazer essa exposição, e que é parceiro antigo nosso".

A mostra na capital mineira será dividida em três núcleos:  "O primeiro mestre e o início em Florença", “Entre o Sacro e o Profano, um intérprete de seu tempo" e "Crise espiritual e artística". Além das obras de Botticelli, o visitante vai se deparar com trabalhos de mestres dele, como Antonio del Pollaiolo, Andrea del Verrocchio e Filippo Lippi, bem como de ao menos um de seus seguidores, Fillipino Lippi.

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