Daniela Mercury, 53, sempre deixou claras as suas posições políticas. Em 2018, durante o segundo turno da corrida presidencial, ela declarou voto em Fernando Haddad, algo que já havia feito quando o petista disputou e venceu a eleição à prefeitura de São Paulo. A cantora também foi contra o impeachment de Dilma Rousseff e disse que recusou um convite do governo de Michel Temer para assumir o atualmente extinto Ministério da Cultura.
Atração da Virada Cultural de BH neste final de semana, a intérprete voltou a tocar no assunto. “A vida toda eu associei minha arte à política e fiz canções de afirmação. Foi um caminho difícil ser reconhecida como uma mulher pensante, intelectual e compositora, ainda mais na minha área, mas eu nunca aceitei ser tratada apenas como um corpo”, declarou.
Questionada sobre a nova insurgência do feminismo, Daniela voltou a citar a ex-presidente Dilma. “A luta pelo feminismo continuou viva durante os anos 70, 80 e 90, mas, no Brasil, houve um hiato, que finalmente está sendo interrompido. Eu e a (esposa) Malu (Verçosa) fizemos campanhas pela equiparação de salários, é um disparate que ainda haja essa diferença de tratamento”, opinou.
“Há muitos lugares ainda que precisamos ocupar. Tivemos uma presidente eleita que ficou mais vulnerável por conta do machismo, e olha que a Dilma ocupou o espaço mais importante dentro da política”, disse. Para a intérprete, é importante “combater esse machismo estrutural”. “Essa não é uma luta de minorias, é uma luta de todos”, finalizou.