Consolidado em seu formato, o Restaurant Week, festival cujo objetivo é democratizar o acesso à alta gastronomia oferecendo menus fechados a preços fixos, chega a sua sexta edição na cidade na próxima segunda-feira, em 64 casas. Elas apresentam menus criados para o evento por R$ 34,90, no almoço, e R$ 47,90, no jantar (inclui entrada, prato principal e sobremesa). Além desse valor, é possível fazer doações, de no mínimo R$ 1, para o Instituto Ayrton Senna, entidade voltada para a melhora na qualidade da educação.
O período do ano em que a iniciativa ocorre, não por acaso, é logo após o Carnaval, historicamente época de baixa nos estabelecimentos. No entanto, mesmo com o mérito de incentivar a formação de um novo público gourmet e movimentar as casas, o festival, em seus três anos de existência, ainda lida com desafios.
Desta vez, apesar de manter casas com perfis que soam estranhos à proposta de alta cozinha, como burguerias (uma das grandes críticas já em outras edições), o evento conseguiu a adesão de restaurantes de ponta, como a Osteria Casa Matiazzi e o Ephigênia Bistrô (ao todo, são 16 estreantes).
"Belo Horizonte tem histórico forte de gastronomia, porque a cozinha do Estado se sobressai em todo o país. Sabíamos que iríamos conseguir um número maior de participantes porque a própria cidade está ganhando novos restaurantes requintados", diz o idealizador do Restaurant Week no Brasil, Emerson Silveira, comparando o período atual à chegada do evento aqui, quando apenas 30 casas aderiram.
No entanto, é inevitável notar, ainda, a ausência dos estabelecimentos mais sofisticados (e caros) da capital, como Vecchio Sogno e Taste Vin. "Tanto em Belo Horizonte como em São Paulo há locais que vivem uma realidade muito específica: falo daquele restaurante que está lotado até em uma segunda-feira na hora do almoço. Este dificilmente vai participar, mas há outros", justifica Emerson, sem dar exemplos.
Números. Com a expectativa atual de vender mil menus em cada casa, o festival também precisa lidar com o risco de ser vítima de seu próprio sucesso. A lotação dos restaurantes neste período tem se apresentado como problemática, já que sobrecarrega o atendimento de muitos (esse ponto, aliás, já é apontado por especialistas como o mais fraco dos restaurantes da capital, inclusive em outras épocas do ano). Porém, segundo Emerson, a organização tem trabalhado para minimizar as queixas. "Fazemos reuniões técnicas com os restaurantes que atendem mal ou que não fazem alguma coisa direito. Em média, 20% das casas participantes são trocadas a cada edição, porque nós eliminamos restaurantes por vários motivos, mas não quero dar nomes. O fato é que sempre há uma análise depois de cada edição", diz.
SERVIÇO
O que. 6º Restaurant Week.
Onde. 64 restaurantes da cidade
Quando. De 25 de fevereiro até 10 março de acordo com o horário de funcionamento de cada local (até domingo, acontece a semana pré-Restaurant Week, exclusiva para clientes MasterCard Black e Platinum)
Quanto. Menu completo, que inclui entrada, prato principal e sobremesa, a R$ 34,90 + R$ 1 (doação), no almoço, e R$ 47,90 + R$1 (doação), no jantar.
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Edição grandiosa e desafiadora
Com a ideia de democratizar o acesso à alta gastronomia, Restaurant Week retorna a 64 casas da cidade
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