Conhecido pelo temperamento forte e as opiniões controvertidas, o compositor Fagner, 69, revisitou parte de sua trajetória na biografia “Quem Me Levará Sou Eu”, escrita por Regina Echeverria – a mesma autora de “Furacão Elis” e “Só As Mães São Felizes”, sobre Cazuza –, e acompanhada com lupa pelo biografado, que fez questão de rever cada parágrafo. Fagner, inclusive, já pensa em uma continuação. “Faltou muita coisa, tenho que fazer o volume 2, é muito assunto que a gente lembra e que não cabe num único livro”, confidenciou o artista, que definiu a biografia como “uma aventura”.

Nesta quinta (19), Fagner autografa o livro, a partir das 19h, na livraria Leitura do BH Shopping. Os capítulos narram brigas com nomes de peso da MPB, como Caetano Veloso e Belchior, o começo do estrelato com um disco conceitual e a ascensão popular por meio de sucessos como “Borbulhas de Amor” e “Espumas ao Vento”, entre outras canções que deverão ser contempladas no show que Fagner realiza neste sábado (21), no Palácio das Artes, às 21h. Além das conhecidas, o cantor promete tocar “importantes lados B”.

Com um disco de inéditas pronto para ser lançado até o final do ano, que inclui parcerias com Moacyr Luz, Renato Teixeira e Zeca Baleiro, Fagner segue de olho no Brasil. “É um momento confuso, com polarizações e radicalismos de ambos os lados”, lamenta o músico, que apoiou Ciro Gomes no primeiro turno das eleições de 2018 e reiterou sua relação com o candidato. “Ele tem minha amizade sempre, se for concorrer de novo em 2022, vai ouvir coisas que sabe que eu tenho de dizer, e estará mais maduro, pois será a quarta vez que ele concorre”, observou.

Foi por causa da política que Fagner se distanciou de Chico Buarque. Enquanto o cearense apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno, Chico fez campanha para Fernando Haddad. Apesar das divergências, Fagner não gostou da solicitação feita pelo Itamaraty à embaixada do Uruguai, para não exibir o documentário “Chico Buarque: Artista Brasileiro”, no país vizinho. “Acho ridículo, não tem o menor sentido, não se abafa a grandeza das pessoas, tem que deixar ela aparecer. Chico Buarque é um patrimônio brasileiro, se goste ou não das intervenções políticas dele, a arte deve ficar separada. Tudo isso é muito frustrante”, desabafou.