Evento beneficente

Matriz Solidária tem última edição neste domingo

No ano em que completa 18 anos de cultura, música e solidariedade. iniciativa encerra suas atividades

Por Patrícia Cassese
Publicado em 20 de dezembro de 2019 | 21:50
 
 
 
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Os planos para 2020 já estão delineados – até porque, é o ano em que a casa completa duas décadas de bons serviços prestados à cultura (em particular, a produzida na cidade). Mas o ritmo será definitivamente outro, lembra Edmundo Correa, um dos nomes por trás do Matriz Cultural, junto a Andréa Diniz. “Estou há bastante tempo nesta área. Nos anos 80, tive o (a casa noturna) Calabouço, no bairro Primeiro de Maio (onde se apresentaram gente como Zeca Baleiro, Chico César e Toninho Horta). Não parei mais. Está chegando a hora de diminuir o ritmo”, admite.
 
Não por outro motivo, a casa sedia neste domingo a última edição de um dos projetos mais queridos de sua agenda, o “Matriz Solidária”. Para a despedida, a festa beneficente programa 13 shows, DJs, exposição e festa anos 80. 
 
“É um alerta de que vamos parar. Por ora, vamos diminuir os eventos que dão muito trabalho, e o Matriz Solidária, na verdade, é o que dá mais. O que acontece é que as pessoas associam o Matriz apenas a uma casa do rock, mas é muito mais do que isso. Tem poesia, a comunidade LGBTI e o movimento negro, todo mundo se organiza lá. E, em alguns eventos, a gente acaba ajudando a produção – e tem que ajudar! Mas, agora, é ir cortando aos poucos, diminuir”, avalia ele. 
 
No domingo, a partir das 12h30, vão se apresentar as bandas Fontanella, Bala de Eucalipto, Dops, Distúrbio Sub-humano, Flying Cats, Dead Pixels, Gato Feio, Curved, Lola, Cadelas Magnéticas, The Night Glamour, Caipirinhas, Pelos e Slama. Como de praxe, no evento, os ingressos são trocados por alimentos e brinquedos, que são doados às entidades assistenciais.
 
“Na verdade, quem idealizou (a iniciativa) foi minha a sócia, a Andréa, que teve ideia de arrecadar donativos com as bandas que sempre tocaram e com as quais a gente tinha afinidade. E, desde sempre, ninguém cobra cachê, nem os seguranças. Todo mundo é voluntário. A primeira entidade (beneficiada) foi no Primeiro de Maio, e tem um pessoal ligado à Igreja Católica progressista que sempre fez um trabalho muito bom – à época, não havia creche, mas a união das pessoas fez que a igreja conseguisse que as mães deixassem seus meninos lá (para poderem trabalhar). E mantiveram. Daí, a gente junta essa vontade de ajudar ao espírito do Natal, que, para nós, não é consumismo, mas uma chance de refletir sobre solidariedade, por exemplo”.
 
Confira. Matriz Cultural (rua dos Guajajaras, 1.353). Domingo, dia 22, a partir das 12h30. R$5 + 1 Kg de alimento/01 brinquedo (na porta); R$4 + 1 Kg de alimento/01 brinquedo (Sympla).

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