Lançamento

Menescal celebra os 80 com time variado de convidados

Lenine, Fernanda Takai, Leny Andrade, entre outros, interpretam grandes sucessos do compositor

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de junho de 2019 | 03:00
 
 
 
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Aos 81 anos, Roberto Menescal, um dos compositores mais importantes da bossa nova, continua compondo, fazendo shows e gravando discos. Enquanto revisita os seus clássicos, como “O Barquinho” e “Você”, o músico se diz feliz com o presente. Ele avalia que a MPB está longe das rádios, que agora tocam o que realmente “é a cara do Brasil”, mas diz acreditar que algo grandioso ainda está por vir.

Em shows mais intimistas pelo Brasil, ele divulga o CD e DVD “Roberto Menescal 80 Anos”, que tem 17 artistas convidados, entre eles Ney Matogrosso, Leny Andrade, Zé Renato e Cris Delanno. O time o ajudou a selecionar as canções, até porque não seria fácil escolher. “Descobri recentemente que eu tenho mais de 700 músicas gravadas, eu não fazia ideia”, conta Menescal.

Cada artista convidado lembrou uma música – canções das quais ele próprio não se recordava – e começou a escrever novos arranjos.

“O Lenine resgatou uma música que fiz quando a minha filha nasceu, então já pensei em algo que tivesse a cara dele”, conta o compositor sobre a faixa “Adriana”. “Outras canções já não mudam tanto. A Leny Andrade cantou ‘Rio’ a vida inteira. Com essa variedade de ritmos, chegamos a um resultado bacana”, garante o compositor.

Fernanda Takai, que já gravou uma versão de “O Barquinho” em japonês, é a voz da faixa que teve mais de 2.000 gravações em todo o mundo. “Esse levantamento foi feito em 2001, hoje já deve ter passado das 3.000”, estima Menescal. “O meu ‘Barquinho’ é a ‘Garota de Ipanema’ do Jobim e o ‘Samba de Verão’ do Marcos Valle”, compara.

Gravado no ano passado, o álbum só saiu após os 81 anos de Menescal. “Não tem problema, agora já começo a pensar em como celebrar os 90”, diz o músico, animado.

“O disco comemorativo cabe no momento que vivemos”, diz o músico. Segundo ele, estamos em tempo de revisão. “Tudo aconteceu no século passado. A tropicália, a bossa nova, o rock, a jovem guarda. Tudo floresceu. Agora as coisas estão caladas, então revemos tudo em documentários, livros, filmes. Estamos neste momento de revisão ou em uma fase de pré-novo movimento”. Para Menescal, não será nos primeiros 20 anos deste século que algo totalmente novo surgirá. “É preciso mais tempo”.

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