'Um Certo Alguém'

O artista Denilson Baniwa expõe a saudade de suas origens na aldeia Yahã Itú

Também ativista pelo direito dos povos indígenas, ele fala sobre passado, presente e futuro e revela a maior saudade que sente dos tempos pré-pandemia

Por Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2020 | 03:00
 
 
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O artista Denilson Baniwa é o entrevistado do novo episódio da série Um Certo Alguém, que o Itaú Cultural coloca no ar nesta quinta-feira (24), às 13h, em seu site (www.itaucultural.org.br).

Vencedor da categoria online do Prêmio Pipa em 2019, o artista, curador, designer, ilustrador, comunicador e ativista dos direitos indígenas fala sobre temas como saudade, emoções cotidianas, como imagina o amanhã e sobre quem é. A seção, que tem novos convidados semanalmente, conta, no dia 1º de outubro, a escritora brasileira Aline Bei.

Em sua participação na série, Denilso Baniwa mergulha no tempo em que viveu na aldeia Yahã Itú, onde nasceu e foi criado, localizada na cidade de Barcelos, interior do estado do Amazonas. “A maior saudade que estou tendo neste momento é relacionada à minha adolescência ou préadolescência, não sei bem. É de um tempo quando eu e meu irmão mais novo vivíamos livres pelos rios próximos à aldeia onde morávamos. Nós gostávamos de navegar de canoa e pescar pequenos peixes”, conta ele, que ressalta: “Essa é a minha maior saudade agora. Já era antes da pandemia, mas que se tornou bem frequente”.

O artista revela que não costuma pensar no amanhã, uma vez que cada dia é uma experiência que procura viver de uma forma que se sinta bem e contemplado. Apesar disso, diz que se imagina olhando para trás e se orgulhando de tudo, vendo amigos, sobrinhos e filhas podendo viver no futuro uma vida a qual ajudou a construir nesse presente.

E finaliza sua participação com uma auto-definição sobre quem é Denilson Baniwa: “Uma pessoa que nunca abandonou quem ela é, quem ela nasceu: Baniwa, rionegrina, amazônica”. Carreira Atualmente morando em Niterói, no Rio de Janeiro, Denilson Baniwa iniciou sua trajetória artística ainda na infância com base nas referências culturais de seu povo.

Ativista pelo Movimento Indígena Brasileiro, tem o compromisso com a causa indígena como sua maior ferramenta de trabalho e laboratório de estudos. Além de oito exposições individuais, atuou em mais de 30 coletivas e cinco internacionais, em países como França, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

No Brasil, participou de exposições no Museu de Arte do Rio (MAR), Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. Venceu o Prêmio Festival Festas de Lisboa, em 2014, e o Prêmio Pipa de Arte Contemporânea, em 2019. Em dezembro deste ano, participou do projeto Arte Urbana, do Itaú Cultural, no qual pintou antigas histórias de seu povo na fachada da sede do Instituto, em São Paulo.

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