Tributo

Orquestra Mineira de Rock viaja pelo som dos Beatles em show neste domingo

No Palácio das Artes, músicos das bandas Cálix, Somba e Cartoon sobem ao palco para reverenciar a música de John, Paul, George e Ringo

Por Bruno Mateus
Publicado em 04 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
 
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Belo Horizonte carrega a fama de ser a cidade mais beatlemaníaca do Brasil. “Se, como falam, São Thomé das Letras tem um portal para Machu Picchu, BH deve ter um para Liverpool. É uma ligação interessante. A cada esquina há uma banda cover de Beatles, é um fenômeno a ser estudado”, diz Renato Savassi, da banda Cálix. 

O músico, vale dizer, é um dos 13 membros da Orquestra Mineira de Rock – formada ainda por integrantes dos grupos Cartoon e Somba –, que se apresenta hoje, no Palácio das Artes, com o repertório que Ringo Starr, George Harrison, John Lennon e Paul McCartney produziram de “Please Please Me”, de 1962, a “Lei It Be”, lançado em maio de 1970, quando o quarteto já havia anunciado seu fim. 

Recheada de beatlemaníacos, a Orquestra não vai na direção do cover, da imitação dos acordes nos mínimos detalhes. A proposta é um apanhado de releituras das canções do FabFour – algumas com arranjos mais próximos aos originais, outras, mais livres – com uma boa dose de identidade própria. “A ideia é fazer algumas coisas diferentes, não temos o preciosismo de tentar imitá-los”, diz Guilherme Castro, do Somba. “Esse vai ser um diferencial (do show). Algumas músicas nós tocamos de forma mais fiel, em outras já modificamos os arranjos”, completa Savassi.

No palco, quatro guitarras, três baixos, dois teclados, duas baterias, bandolim, violões, flauta, percussão e dez vozes. Uma “orquestra com instrumentação de rock”, como frisa Guilherme, viaja pela obra do quarteto de Liverpool. E, como todos sabem, ela é vasta. Em apenas oito anos, os Beatles passaram por fases bastante distintas, do iê-iê-iê mais simples e ingênuo às experimentações psicodélicas e inovações em estúdio. 

Chegar à seleção de 17 músicas, portanto, não foi tarefa fácil. Renato diz que foi preciso um mês só para fazer a seleção. Claro, com tantos integrantes, é compreensível que cada um tenha suas preferências. “O filtro para deixar o repertório equilibrado parte muito do nosso gosto pessoal, mas também pensamos em agradar o público, formado por beatlemaníacos, mas também por outras pessoas que não são tão fãs”, pondera Guilherme Castro, guitarrista e vocalista da Orquestra.

“O norte foi contemplar os diversos momentos do grupo, com músicas mais marcantes, mas mesclando a coisas inusitadas, alguns lados B, para justamente contemplar essa multiplicidade da banda”, comenta Savassi.

A versão de “Come Together” talvez seja a releitura mais ousada, enquanto “Happiness Is a Warm Gun”, do Álbum Branco, compõe o set menos pop. Tudo isso foi sendo afinado ao longo de ensaios durante todo o mês de julho. 

Universal. Quando se fala em Beatles, é inevitável pensar na longevidade da obra dos “quatro garotos”. Se ainda hoje falamos sobre Beethoven, Mozart, Bach e outros compositores que atravessam séculos com o status de gênios da história da música, é possível prever que relevância similar será dada a John, Paul, George e Ringo daqui a 100 anos. Essa é a opinião de Savassi, que, além de cantar, toca flauta, sax, bandolim e gaita no show.

“Eles são um evento único em termos de banda e fizeram uma música muito inspirada. Ao mesmo tempo em que tinham uma proposta comercial, se dedicavam à composição, se obrigavam a compor melodias marcantes, buscavam o aprimoramento. São um fenômeno mundial, universal, que passa de geração em geração”, afirma.

Projetos. Formada em 1999, a Orquestra Mineira de Rock sempre tocou clássicos do gênero, mas é a primeira vez que se reúnem em torno de um projeto temático. Entre 2005 e 2015, os músicos se dedicaram mais às produções de suas bandas, mas, nos últimos três anos, a agenda voltou a ficar movimentada. O tributo aos Beatles é mais que justificável, já que o som da banda sempre foi uma forte influência para os músicos. A intenção, agora, é rodar o país com o projeto. 

A seguir, a Orquestra planeja algo voltado ao rock brasileiro, um projeto de releituras da obra do Queen e, por fim, um trabalho autoral. “Esse plano está no nosso radar e até já temos algo em andamento”, avisa Guilherme Castro.

AGENDA

O QUÊ. Orquestra Mineira de Rock: The Beatles
QUANDO. Hoje, em duas sessões: às 19h (ingressos esgotados) e às 21h30
ONDE. Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro)
INGRESSOS. R$ 80 (Plateia Superior), R$ 100 (Plateia II) e R$ 120 (Plateia I). Meia-entrada disponível para todos os setores. 

 

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