A retomada das atividades presenciais na Fundação Clóvis Salgado, um dos principais equipamentos culturais de Minas Gerais, segue colhendo frutos positivos. A estreia da ópera barroca italiana "Tolomeo e Alessandro", encenada neste sábado (23) em Belo Horizonte e pela primeira vez nas Américas, teve todos os ingressos vendidos.
A apresentação ocorre na noite deste sábado (23), com somente parte do Grande Teatro ocupado, devido às regras de distanciamento. Dos 1.705 lugares originais, atualmente só podem ser vendidos 1.119 assentos. É também a primeira ópera com todo elenco e orquestra no palco desde o início da pandemia.
Mas quem não conseguiu adquirir o bilhete para a estreia terá outra oportunidade. A ópera será exibida em vídeo no Youtube da Fundação Clóvis Salgado na próxima quinta-feira (28), às 19h30.
A versão original da montagem tem três horas e meia de duração. A proposta da Fundação Clóvis Salgado, no entanto, é uma performance adaptada em uma hora e quinze minutos, de forma a possibilitar o registro audiovisual.
Tolomeo e Alessandro
A ópera tem música de Domenico Scarlatti e libreto de Giuseppe Capece. A peça foi composta em 1711 e aborda, por meio de música e poesia, questões humanas universais, como o amor, o ciúme, a inveja, a ambição e a fraternidade. A montagem tem direção musical, artística e regência de Robson Bessa, direção vocal de Sérgio Anders e direção cênica de Francisco Mayrink.
Protagonizam a história os solistas Sàvio Faschét (contratenor), no papel de Tolomeo; e Daiana Melo (soprano), interpretando Alessandro. Completam o elenco Camila Corrêa (Elisa), Carol Rennó (Dorisbe), Luane Voigan (Seleuce) e Sérgio Anders (Araspe). A encenação tem execução musical da Orquestra Barroca Musica Figurata.
Sinopse
No cerne da história, que se passa no Chipre, há uma série de conflitos, desencontros e momentos de afetividade entre os dois irmãos Tolomeo e Alessandro, filhos da rainha Cleópatra, que disputam o reino do Egito. A mãe quer que Alessandro, seu filho mais novo, torne-se o Rei do Egito, mas, para que isso ocorra, é necessário que Tolomeo seja assassinado. A força do amor se faz presente através da relação entre Tolomeo e Seleuce, personagem que também é desejada por Araspe, Rei do Chipre e um dos vilões da trama.
Outra vilã da história é a ambiciosa Elisa, mulher de Alessandro, que pretende ascender socialmente, deixando de ser princesa para se tornar rainha do Egito. Para alcançar o seu objetivo, Elisa incentiva Alessandro a matar o próprio irmão.