O bloco do Papangu lotou neste domingo (23) as ruas estreitas de Bezerros, a 102 km de Recife, com os tradicionais foliões fantasiados dos pés a cabeças.
Centenária, a tradição começou em 1881, quando homens resolveram brincar o Carnaval modificando a voz e mantendo os rostos escondidos.
A maioria era pobre e costumava pedir dinheiro e comida nas casas, recebendo normalmente um prato de angu, à base de milho.
Para se caracterizar de papangu é muito fácil, basta vestir túnica cumprida e máscara, mas com um detalhe: sem revelar a identidade.
O papangu original, com máscaras rústicas, feitas em papel machê, é coisa mais rara. Hoje há um pouco de tudo: desde monstros até fantasias estilizadas.
O percurso do desfile já estava tomado pela multidão antes mesmo da saída dos brincantes. De hora em hora, um bloco descia a rua dos Correios.
Concurso
Na praça Centenária, os papaguns se aglomeravam para participar do concurso que elege as melhores fantasias em várias categorias.
Com população de 60 mil habitantes, Bezerros recebe cerca de 200 mil turistas no período de Carnaval, segundo o prefeito Breno Borba (PSB).
São sete polos de folia espalhados pelos bairros e mais de 50 atrações, entre elas Elba Ramalho, Dudu do Acordeon e Orquestra Companhia do Frevo.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que esteve em Bezerros neste domingo pela manhã, considera que o sucesso da folia é a organização.