'Gentileza Cura'

Plural e gratuito, Festival Verbo Gentileza abre edição online nesta sexta-feira

Música, debates, contação de histórias e performances: com transmissão pelas plataformas digitais, evento termina neste domingo (27)

Por Bruno Mateus
Publicado em 25 de setembro de 2020 | 10:43
 
 
 
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A despeito da pandemia, mas também mirando esse período como um momento importante de reflexão, começa nesta sexta-feira (25) o Festival Verbo Gentileza, que acontece em Belo Horizonte desde 2016 e, em 2020, levou toda sua programação para o universo virtual em função do isolamento social imposto pela Covid-19. Com uma agenda cultural abrangente e plural, o evento encerra as atividades no domingo (27) e até lá as opções vão de shows a seminários sobre arte urbana, passando por bate-papos que envolvem gastronomia e saúde mental. 

A programação (confira no site do Verbo Gentileza, no Instagram e no Facebook) é gratuita (há opções de contribuições voluntárias) e será transmitida no YouTube e no Zoom - no caso do aplicativo de videoconferência, é preciso fazer inscrição pelo Sympla.

Fazer com que a cabeça das pessoas se abra para um olhar mais afetivo nas relações sociais é uma das principais motivações do festival, como conta a idealizadora Patrícia Tavares: “Desde que começamos o festival, temos esse desejo de que as pessoas sejam menos preconceituosas para que a gente consiga ter um convívio mais harmônico. Por isso não desisti de fazer o Verbo em meio à pandemia. O tema deste ano é ‘Gentileza Cura’ e queremos trazer esse discussão sobre a cidade e suas relações por meio do envolvimento com arte e cultura”.

Nesta sexta, às 20h30, a DJ Naroca comanda a abertura com a festa “Home to Home” e faz um set que vai da tropicália ao fazz, da cumbia ao reggae e do rock o samba. Às 21h, o duo Yamí, formado pelo violoncelista italiano Federico Puppi e o percussionista baiano Marco Lobo apresentam um show calcado na música eletrônica com toques bem originais da dupla. Na sequência, o internauta confere a performance “Em memória de Nós”, com Sérgio Pererê, e “Paredes Brancas”, do modelo e dançarino Nícolas Cabaneco.

Música: arte e afeto

Entre as atrações musicais, a Bababan Banda de Rua, que se apresenta neste sábado (26), às 20h30, é um dos destaques. Orquestra de sopros e percussão, o conjunto traz a influência de três importantes tradições do povo negro mineiro - o candomblé, o congado e a sonoridade das bandas centenárias de Minas - para criar sua tradicional fanfarra.

Em um hora e trinta minutos de show, os músicos tocam duas autorais de “Anunciano”, primeiro álbum deles, e homenageiam artistas cujas referências também marcam o som da banda. “Chico César, Milton Nascimento, que é nosso carro-chefe, Moacir Santos, Luedji Luna e algumas músicas de domínio popular, como ‘Deixa a Gira Girar’”, conta o trompetista Juventino Dias.

Será a primeira vez que a Babadan Banda de Rua se apresenta no festival, que é, segundo Dias, um encontro que faz repensar um mundo com mais gentileza, ação importante sobretudo em períodos de crises: “Acreditamos que através dessa força motriz, a arte, possamos levar essa gentileza, esse sentimento de mais união e mais amor. É o que estamos precisando”.

Debates e reflexões

Além de música, a programação do Verbo Gentileza contempla rodas de contação de histórias, práticas para crianças, aulas de yoga e painéis sobre saúde mental, negócios, economia criativa, corpos jovens periféricos e futuros gentis. No webinar “Marcas Gentis: Repensando a Sociedade de Consumo”, por exemplo, a diretora de marketing global da Havaianas, Maria Fernanda Albuquerque, e a gerente-sênior de Brand Marketing Communication da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina, Malu Antônio, a discussão será sobre como a relação das marcas com os consumidores pode ser saudável. “São 11 mulheres, grandes cabeças. Fiz questão que fosse um mesa feminina”, ressalta Patrícia.

Em outro bate-papo online, o “#ArteSalva_Arte & Cidade”, o eixo gira em torno da criação e reinvenção da arte urbana em tempos de quarentena e da discussão sobre novos modelos de trabalho, com a participação dos curadores de festivais e galerias de arte Bernardo Biagioni (Quartoamado) e Ju Flores (Cura), e os artistsa Marjorie Yamagut e Binho Barreto. 

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