A saga de um grupo de africanos vindo de um importante reino do golfo do Benim, no século XVIII, tendo parte do seu povo escravizada e enviada para Minas Gerais, é o ponto de partida do livro “De Reino Traficante a Povo Traficado: A Diáspora dos Courás do Golfo do Benim para Minas Gerais”, do historiador mineiro e doutor em história social, Moacir Maia.
Vencedora do prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa em 2019 ao contar essa história inédita, a obra será lançada em Belo Horizonte nesta quinta-feira (2), às 19h, no Arquivo Público Mineiro (avenida João Pinheiro, 372). A entrada é franca, mas sujeita a lotação. O evento contará com uma mesa redonda mediada por Renato Venâncio, professor da UFMG, e terá como debatedora Aida Anacleto, da UFOP. O evento também terá a presença da Bombeiro Instrumental Orquestra Show (BIOS).
Ao acompanhar a trajetória dos indivíduos e desse grupo, originário do litoral do continente africano, na luta pela reconstrução de suas vidas nas montanhas mineiras, Moacir Maia traz uma importante descoberta: a origem dos courás na África. Esse termo africano, traduzido para a língua portuguesa, era até então desconhecido. Uma impressionante história então se reconecta, em Minas e na África de onde partiram.
Segundo o historiador Aldair Rodrigues, professor do departamento de História da Unicamp, “Moacir Maia renova a forma de compreendermos a história da experiência africana no Brasil ao analisar a diáspora dos povos courá dentro de uma moldura que abrange o litoral do golfo do Benim e o interior da América portuguesa. Para além da tragédia do tráfico, emergem desta obra homens e mulheres com nomes, rostos, histórias e identidades construídas entre a África e Minas Gerais”.
Moacir Maia nasceu em Mariana (MG). É historiador e doutor em História Social pela UFRJ. Coordena projetos de preservação, digitalização e universalização de fontes históricas no Brasil e no exterior, com enfoque na diáspora africana em Minas Gerais. É pesquisador associado ao NPHED/ Cedeplar/ UFMG.