Na noite desta sexta-feira (30), em uma transmissão 100% online, Adriana Araújo vai visitar versos e mais versos de alguns compositores mineiros. Essa imersão da cantora pela obra produzida por aqui, no chamado Mar de Montanhas, será apresentada no canal do YouTube do Memorial Vale, a partir das 19h30. Em entrevista ao programa Manhã Super, da rádio Super 91,7 FM, a artista contou um pouco mais sobre essa “viagem”.
“Preparamos um repertório lindo, em que eu interpreto apenas canções dos poetas aqui de Minas. Inclusive, haverá canções que estarão no meu próximo disco, que é o meu primeiro, meu filho único”, adianta Adriana aos risos. Ela, inclusive, planeja lançar o álbum “Minha Verdade” no primeiro semestre do ano que vem.
Entre as faixas que serão apresentadas, estão “Vibração” (Alexys Martins e Adriana Araújo), “Becos e Vielas” (Evandro Melo), “Meu Refrão” (Evaldo Araújo, Marcos Soares, Walison Maurício, Welligton Moura e Xico Queiroz), “Mistérios da Fé” (Robertinho Junqueira, Vinícius Mineiro e Hamilton Ferreira), “Sentimento Verdadeiro” (Fabinho do Terreiro), “Sem Compromisso” (Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro), e outras mais.
É impossível conversar com Adriana, mesmo que por meio de um aplicativo de celular, ainda mais em tempos de pandemia do novo coronavírus, e não querer mergulhar na história do samba, na representatividade da mulher negra para o estilo musical e na importância do gênero para todo o povo brasileiro. E, segundo a artista da Pedreira Padro Lopes, o samba tem um sinônimo irrefutável: resistência.
“Falar sobre o samba é falar que ele é resistência, já que, por ser um ritmo de matriz africana, foi muito perseguido no período pós-escravidão, chegando quase que a extinção. E é aí que destacamos a mulher preta nessa história, principalmente na figura da Tia Ciata, no Rio de Janeiro. Ela abriu sua casa para Pixinguinha, Sinhô… e tantos outros para cantarem seus sambas em tempo de perseguição dos artistas pretos”, conta Adriana, que, inspirada em Tia Ciata, tem aberto caminhos.
“Eu sendo uma mulher preta, retinta, periférica… tudo isso é um agravante para o mercado, para este Brasil. E representar tantas outras (mulheres), que estão se vendo, se enxergando em mim, é uma responsabilidade muito grande. E nessa caminhada, com muita luta, muita batalha, estou conseguindo abrir as portas para as futuras gerações e mostrando que elas podem, devem, lutar pelos seus sonhos, não deixando que ninguém nem nada façam com que elas esmoreçam. É força e resistência”, finaliza.
Para acompanhar a apresentação de Adriana, nesta sexta-feira (30), no Memorial Vale, em Belo Horizonte, acesse a plataforma www.youtube.com/user/memorialvale.