A ArcelorMittal, maior produtora de aço do Brasil, estendeu a já prevista parada técnica de produção de três de suas fábricas brasileiras devido à diminuição da demanda por aço nacional no país, segundo a empresa. A parada atinge a planta em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e segue até dezembro, sem data exata divulgada pela empresa.
Além da planta mineira, a suspensão foi ampliada em Resende (RJ) e Piracicaba (SP). No Rio, 400 funcionários foram colocados em férias coletivas ou estão compensando banco de horas. Em Juiz de Fora e em São Paulo, a empresa não adotou férias coletivas
A empresa justifica que 2023 deve terminar com 1,3 milhão de toneladas de aço a menos em comparação à produção do ano anterior. A queda é provocada, segundo a ArcelorMittal, pela alta da importação de aço. O setor pressiona o governo federal para aumentar temporariamente a alíquota sobre o produto de 9,6% para 25%. A alíquota proposta é adotada pelos EUA e por parte dos países europeus como forma de proteção contra a produção da China, em parte subsidiada pelo governo asiático.
Outras empresas do setor relatam dificuldades similares. A Usiminas, por exemplo, afirma que deixou de contratar 600 pessoas, a maior parte na Usina de Cubatão, em São Paulo, devido à redução da demanda por aço nacional em comparação ao importado. O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou em entrevista neste mês que demitiu 700 funcionários devido ao cenário.