Ana Gutierrez, sócia da rede Bodytech, de academias de ginástica, tem recebido há muito tempo a seguinte pergunta: “Aninha, o que você está fazendo aqui (no Brasil)?”. Ana responde que o negócio dela permite alçar voos fora do país, mas que ela não desiste do Brasil. “Eu amo Belo Horizonte, eu sou uma mineira da gema e acredito, sim (no Brasil)”, resume. Por isso, Ana segue investindo no país e acaba de inaugurar a quarta unidade da Bodytech em Minas Gerais – a 104ª no Brasil –, num investimento de R$ 7 milhões entre equipamentos e obras e geração de cem empregos diretos, chegando a 300 empregos entre diretos e indiretos.
A Bodytech Ponteio está dentro do Ponteio Lar Shopping, em Belo Horizonte, numa área de 3.400 m² divididos entre as salas de cardio burn, indoor cycle, multiúso e infantil, além de área para musculação e piscina semiolímpica. “É uma conquista, porque estamos consolidando cada vez mais a marca em Minas Gerais com passos curtos e seguros”, avalia.
As outras academias da marca em Minas Gerais estão na Savassi e no Belvedere, em Belo Horizonte, e no Serena Mall, em Nova Lima. No Estado, a rede gera 400 empregos diretos e aproximadamente mil a 1.200 indiretos. “O mercado de saúde é crescente, existe estabilidade e, entre tantas quebradeiras e tanta gente saindo de cena, a Bodytech vem crescendo imensamente, e isso me leva a reinvestir, provando que qualidade de serviço e respeito ao cliente fazem com que os números sejam crescentes”, justifica.
Com 6.000 alunos no Estado, a intenção é de ter mais 2.000 alunos com a abertura da Bodytech Ponteio. “Então, vamos para 8.000 alunos em Minas Gerais”, calcula a empresária.
Perfil e receitas. Ana explica que o preço já é um filtro por si só. “Então procuramos atingir um público ‘high end’ que paga um valor maior pela mensalidade”, diz. O alcance vai para idades de 0 a 100, desde planos bebês e master. “E vimos investindo no público estudante e jovem, porque a gente acredita que nele está o futuro também”, observa.
Quanto aos resultados financeiros da rede Bodytech, neste ano o faturamento previsto é de R$ 533 milhões no Brasil. Em Minas Gerais, Ana calcula que será em torno de R$ 40 milhões.
Em relação a futuras expansões, Ana não revela planos, mas diz que “o céu é o limite”. “ Eu nunca enxergo a parede, eu sempre enxergo o horizonte. Então, a habilidade do empreendedor está em se adaptar, se reinventar no cenário, então existem ‘n’ outras possibilidades. Essa unidade já nasce num formato um pouco diferente das antigas, e assim a gente vai crescendo. A intenção não é ter um número enorme de academias e não é ser a maior em unidades, mas sim a melhor em qualidade”, conclui.
BTFIT. A Bodytech Company tem o aplicativo BTFIT, que possibilita à pessoa com um smartphone treinar com as aulas coletivas, personal trainer online e acompanhar sua evolução, democratizando o fitness no Brasil.
Paixão pelo mercado fitness começou há 17 anos
Como herdeira de um grupo tão grande, sob um nome tão pesado e histórico no Brasil que é a Andrade Gutierrez, como é ser empreendedora, partir para um caminho próprio e se deslocar do nome da família? Ana Gutierrez responde que alçou voo solo depois de trabalhar oito anos na empresa da família e ter decidido que o caminho dela seria outro: “Há 17 anos, optei por um desafio pessoal. Graças a Deus fui muito bem-sucedida”.
Ana conta que nunca fez questão de desvincular o nome dela ao nome da empresa. “Porque tenho um orgulho imenso daquilo que o meu avó construiu, daquilo que minha família fez, daquilo que a empresa é e já fez por este país, então nunca tive a intenção de descolar do negócio. O negócio é meu, independentemente de qualquer coisa, meu sangue está ali, minhas ações estão ali, e estou ali para o que der e vier. Mas eu achei que o meu momento era meu”, detalha. Ana afirma que o negócio dela é a academia de ginástica, o mundo Bodytech, que ela tem paixão e pretende seguir.
Reforma. Se a reforma da Previdência é a solução para todos os problemas do Brasil, Ana diz que ela é um passo importantíssimo para o país se reorganizar nas finanças e para dar fôlego para trazer novos investimentos. “É muito importante que os políticos entendam que o que está em jogo não é um partido ou outro, é um país”, diz.