MEIs

Construção civil em Minas Gerais tem mais de 100 mil autônomos

Setor gerou 19,7 mil vagas formais e 13 mil MEIs no Estado durante primeiro semestre, indicam dados da Fiemg

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 11 de setembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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A construção civil gerou 19,7 mil empregos formais em Minas Gerais no primeiro semestre deste ano, mas o número de autônomos no setor aumentou em 13 mil no mesmo período. No Estado, o total de microempreendedores individuais (MEIs) na área chegou a 103 mil profissionais, com 51,4 mil atuando só em obras e alvenaria. Os dados foram apresentados nesta terça-feira pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Representantes dessa indústria acreditam que crescimento no número de trabalhadores no regime de MEI é oportunidade. Segundo o superintendente do Sebrae, Afonso Rocha, o MEI é uma alternativa de renda para quem está desempregado. Ele afirma que há “muito trabalho, mas pouco emprego” no mercado. “Serventes, pedreiros, eletricistas estão se oficializando como empreendedores individuais e voltando a trabalhar”, diz Rocha.

Por outro lado, o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mário Rodarte afirma que, apesar de a recuperação no emprego ser algo a se comemorar, há chance de precarização do trabalho. “Vejo com certa preocupação. Eles não são empresários donos do próprio nariz, mas muitas vezes têm jornada fixa e uma série de fatores que seriam quase como uma categoria de assalariado sem benefícios”, afirma.

No país, o setor da construção civil teve leve recuperação no segundo trimestre de 2019 e cresce pela primeira vez após 20 trimestres consecutivos de queda, avançando 1,9% no período em relação ao anterior. No Brasil, 72 mil empregos foram gerados nesse intervalo.

Teodomiro Diniz Camargos, vice-presidente da Fiemg, acredita que o crescimento será lento no próximo semestre, mas firme. “Há aumento de confiança no mercado, puxada pela reforma da Previdência, que trouxe sinalização forte de investimentos”, conclui.

Oferta

Se, por um lado, há recuperação, a oferta de imóveis em Belo Horizonte está 49% menor neste ano em relação ao que era em 2016, indo de 6.545 para 3.250 entre janeiro daquele ano e junho deste. O Plano Diretor, sancionado em agosto pelo prefeito de BH, Alexandre Kalil, preocupa o setor. “A mudança na legislação fez com que muitos tentassem se proteger”, afirma Camargos.
 

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