De ambulante a consultor famoso

Desempregado e com só uma mochila nas costas, Rick Chesther da Silva, de 41 anos, teve que recomeçar sua vida do zero em 2017. O mineiro de Pitangui mudou-se para o Rio de Janeiro e, com R$ 10 emprestados de um amigo, começou a vender água na praia, negócio que achava ser lucrativo.

De ambulante a youtuber e consultor econômico, Rick não gosta de falar sobre valores, mas garante que não voltava para casa com menos de R$ 200. Hoje, o ex-vendedor mora em um condomínio fechado na capital fluminense e divide-se em uma agenda extensa, que inclui palestras ao redor do mundo e gravações de vídeos para suas badaladas redes sociais. Foi graças ao sucesso dos vídeos que ele pôde largar a vida de ambulante nas areias em apenas seis meses.

Sua história tem inspirado e dado esperança a milhares de brasileiros. No YouTube, o mineiro já possui mais de 2 milhões de visualizações em seu canal, o Minuto Empreendedor. “Eu vinha para Copacabana no réveillon, sempre. Muita gente, muito sol, e eu também estava com vontade de tomar água. Falei: água vende”, lembra Rick, que também vendia guarda-chuva nos períodos chuvosos.

Para ele, o segredo é olhar para onde todo mundo olha e enxergar o que ninguém vê: “O brasileiro tem o defeito de ser muito imediatista. Já vendi de tudo que você imaginar desde os 7 anos para ajudar minha família. O que vai diferenciar uma pessoa da outra é o que ela está disposta a fazer para chegar ao seu objetivo. Quando fui vítima do desemprego, não fiquei parado”.

Palestra Em belo Horizonte

Depois de lucrar com suas vendas de água até se tornar um grande empresário e viralizar nas redes sociais, Rick lançou o livro “Pega a Visão”, onde ele conta sua história de vida e compartilha sua experiência. Ele estará em Belo Horizonte nesta terça-feira, 18 de dezembro, a partir das 19h, onde vai lançar o livro e dar uma palestra. Ingressos estão à venda a R$ 100 no site.

Minientrevista

Rick Chesther

Ex-ambulante e palestrante

Como foi sua infância?

Desde os 7 anos eu trabalho com venda. Vendi verdura, sacolé, picolé, fui camelô, vendi bijuteria, vendi fruta. Vendi o que tinha de vender. Naquela época, meu pai falou que tínhamos de estar prontos, em virtude de um problema de saúde da minha mãe. Quando terminei o ensino médio, me vi na situação de optar entre estudar e trabalhar. E aí optei por trabalhar por questão de horários e sobrevivência. Sou de uma família muito humilde. Para algumas pessoas, abandonar a sala de aula é fracassar. No meu caso, passei a ler quatro livros por semana. Buscava muita informação para continuar me preparando. Sou formado em superação.

Por que decidiu ir para o Rio?

Tenho família lá. Minha conexão é forte com a cidade. Não importa onde você está, mas sim como você aproveita as oportunidades. Por isso falo: levo a minha caixa de isopor para onde eu for e posso recomeçar tudo novamente com muita honestidade. Sou vendedor, tenho a mesma garra e alegria.