Em entrevista exclusiva a O TEMPO, o engenheiro Zeinal Bava, 48, à frente do Grupo Oi e da PT Portugal desde junho de 2013, fala sobre os investimentos do grupo no Estado e sobre a fusão das duas gigantes de telefonia que ele comanda.
A Oi é uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo de 2014. É possível garantir que o serviço de telefonia e internet móvel funcionará de forma adequada durante os jogos em todos os estádios?
Estamos investindo para atender a demanda do evento Copa do Mundo, o que permitirá que, após este período, todo o investimento fique como legado para ser utilizado pelos clientes atuais e futuros. A companhia dimensionou o aumento na demanda por serviços de telecomunicações durante a Copa e vai ampliar a cobertura e a capacidade de suas redes de telefonia móvel 2G, 3G e 4G em diversos pontos-chave das cidades-sede do torneio como entorno dos estádios, hotéis principais, aeroportos, portos, rodoviárias, locais de exibição pública de jogos – Fifa Fan Fests e outros telões –, pontos turísticos, locais de concentração de bares, restaurantes e lanchonetes e demais pontos de aglomeração de público. O reforço de rede móvel nesses locais será feito tanto com a ampliação da capacidade de tráfego das antenas já instaladas, quanto com a instalação de novas antenas fixas ou posicionamento de COWs (antenas celulares móveis), conforme a demanda. Além da expansão da rede, a Oi montou uma ampla estrutura para monitorar o funcionamento e desempenho da rede, que permite monitoramento ininterrupto por especialistas técnicos da empresa, que já ocorreu nos eventos realizados.
Qual o papel de Minas Gerais nos planos de expansão da Oi?
Minas Gerais está entre os principais mercados para a companhia tanto em número de clientes como em faturamento. Temos 9,8 milhões de UGRS (Unidades Geradoras de Receitas) em Minas o que é muito expressivo e por isso o Estado é considerado um mercado estratégico para a Oi. Somos líder em market share (participação) em banda larga fixa no Estado. Por isso, nos últimos cinco anos foram investidos no Estado cerca de R$ 2,9 bilhões. Somente no primeiro trimestre de 2014 investimos R$ 141 milhões. Em 2013, instalamos mais de cem mil portas de acesso à banda larga no Estado e ampliamos também nossa rede móvel, com a instalação de 267 novos sites 2G, 3G e 4G. Este ano, de janeiro a abril, já foram instalados mais 117 sites.
Como a Oi quer atrair novos clientes, principalmente em Minas Gerais?
Ainda em relação à telefonia móvel, estamos apostando em duas frentes: na estratégia de pré-pago, com ofertas atrativas como o Oi Galera, que foi pensado para o segmento jovem, alavancando também a nossa cobertura de Wi-Fi; no pós-pago, com o diferencial da convergência na internet, para aproveitar a explosão do consumo de dados. Somos a maior operadora de Wi-Fi do Brasil, com mais de 700 mil pontos de acesso no país, sendo cerca de 121 mil em Minas Gerais.
Há previsão de aumentar o número de funcionários na Oi em Minas Gerais?
Para alavancar o patamar da qualidade de nossos serviços, a Oi vem ampliando seu número de colaboradores em todo o país. Em Minas Gerais, ampliamos o número de colaboradores em 50% entre abril de 2013 e abril de 2014, saindo de 1.257 para 1.888. As contratações recentes também atendem o objetivo de fortalecer as estruturas regionais, garantindo mais autonomia às unidades, de modo a aprimorar a atuação nas pontas da operação.
Há tempos, o mercado espera a conclusão da fusão entre a Oi e a Portugal Telecom. Quando esse processo será concluído?
A operação de aumento de capital está concluída. A Oi reforçou a sua estrutura de capital, captando R$ 8,25 bilhões em mercados internacionais, totalizando cerca de R$ 14 bilhões. Essa operação foi uma manifestação de grande confiança do mercado na capacidade da Oi de entregar uma visão para o setor no mercado brasileiro. Hoje, a Portugal Telecom e a Oi operacionalmente já estão integradas. O que se segue agora é acima de tudo um processo mais formal que deverá estar concluído entre setembro e outubro. Mas hoje as empresas operacionalmente já estão funcionando como se fossem uma.
De que forma a fusão impactará o consumidor da Oi?
É importante salientar que esta nova empresa vai ter 100 milhões de clientes. Esta nova empresa vai ser uma das 25 maiores empresas no mundo. E por isso esse aumento de escala e essa maior capacitação tecnológica e de inovação, além de maior capacidade financeira, com certeza vão permitir que ambas as empresas, seja aqui no Brasil ou em Portugal, possam continuar a investir mais em cada um dos mercados e a oferecer os melhores serviços do mundo em cada um dos mercados onde operam.
Um dos avanços tecnológicos é o Fiber To The Home (FTTH), que possibilita o usuário receber diretamente em sua casa internet de até 200 mega e sinal de TV por assinatura de altíssima definição. Quando a Oi começará a implantar o FTTH em Minas?
A Oi é pioneira na implantação do FTTH no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Na capital mineira a Oi está presente com FTTH nos bairros Belvedere, Centro e Lourdes. O lançamento é feito de forma faseada. Além de Belo Horizonte, a Oi também disponibiliza FTTH em Nova Lima. Em Minas, a companhia está pronta para atender mais de 20 mil clientes. No momento a prioridade é o DTTH e para isso estamos concentrando esforços na expansão da Oi TV em Minas Gerais.
Consumidores de Minas dizem que a internet da Oi é mais lenta e que cai muito, algum investimento para resolver isso?
A Oi é líder em market share no mercado de banda larga fixa, que é um segmento altamente competitivo no setor de telecom. Temos 44% do mercado – isso demonstra a qualidade da prestação do nosso serviço. Mas é relevante manter o foco na qualidade para o contínuo crescimento da nossa base de clientes. Para isso, investimos R$ 141 milhões em Minas Gerais no primeiro trimestre de 2014.
Como equacionar as reclamações que os clientes fazem e não deixá-los sem respostas?
No atendimento aos clientes, a companhia busca resolver 100% das reclamações sempre no primeiro contato. Quando não é possível a solução de imediato, os backoffices resolvem nos dias seguintes, sempre respeitando os prazos regulamentares. Estamos investindo na capacitação das nossas pessoas e, por isso, até o final de junho deste ano, aOi terá concluído seu grande programa de transformação das operações de campo, capacitando mais de 40 mil técnicos em todo o Brasil.
No segmento pré-pago, a base de clientes da Oi atingiu 41,4 milhões e no pós-pago 6,7 milhões em março deste ano. A oferta de serviços vai ser cada vez mais importante para a companhia?
Na mobilidade, o foco é o crescimento do pré-pago, aumentando recargas, e a revisão de ofertas, para melhorar rentabilidade. Nossa base de clientes pré-pago aumentou 3,8% no primeiro trimestre de 2014, em relação ao primeiro trimestre de 2013. No pós-pago, investimos no diferencial da convergência na internet móvel para sustentar a transição do uso de voz para a explosão do consumo de dados. Somos a maior operadora Wi-Fi do Brasil com mais de 700 mil pontos de acesso e registramos expansão de 29% de nossa rede Oi Wi-Fi em Minas Gerais apenas em 2014 – crescimento de doze vezes nos últimos 12 meses, totalizando 121 mil pontos de acesso no Estado.
Qual é o diferencial da Oi em relação às outras?
Somos pioneiros na prestação de serviços convergentes no país. Oferecemos transmissão de voz local e de longa distância, telefonia móvel, banda larga, TV por assinatura e temos a maior rede Wi-Fi do Brasil. Estamos presentes em todo o território nacional e somos a empresa que tem a maior capilaridade de rede do Brasil, chegando às áreas remotas do país e promovendo a inclusão digital da população.