Depois que o BNDES divulgou, nesta terça-feira (20), os 134 contratos de financiamentos de jatos a juros subsidiados, a lista virou assunto entre alguns dos que compraram aviões.
Um deles disse ter receio de que seu nome, como pessoa física, venha a ser exposto por trás da pessoa jurídica compradora. Outro viu no lance uma cartada política do presidente Bolsonaro para atacar Luciano Huck e João Doria, possíveis concorrentes nas próximas eleições. E um terceiro deu de ombros.
Empresários listados dizem ter a consciência tranquila de que nenhum deles cometeu infração porque a linha de financiamento foi apresentada pelo banco como uma opção do Finame, que abrangia outras máquinas e equipamentos.
Nas conversas dos que compraram jatos, veio na memória a edição de 2009 da feira de aviação Labace, logo após o lançamento da redução dos juros para as aeronaves, antecipado pela Folha. Na época, o anúncio foi tratado como salvação para as vendas da Embraer, que vinham sofrendo com a crise de 2008.
A Labace ferveu naquele ano, quando o BNDES liberou a taxa de 4,5% ao ano para a aquisição dos jatos. Nos corredores da feira, compradores faziam piada, dizendo que a taxa para avião era mais barata que as de caminhões e ônibus, em torno de 7%.
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Empresários que compraram jatos a juros subsidiados dizem não ver infração
Segundo Luciano Huck, que está na lista, o único objetivo da operação é 'estimular a produção, a aquisição e a comercialização de bens, máquinas e equipamentos produzidos no Brasil'
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