Vendas online em alta

Investimento da Amazon em Betim chega em ano de avanço recorde do e-commerce

Multinacional norte-americana vai aplicar R$ 120 milhões em centro de distribuição na região metropolitana de Belo Horizonte

Publicado em 09 de novembro de 2020 | 20:18

 
 
A Amazon havia pedido a sua adesão ao programa em setembro deste ano A Amazon havia pedido a sua adesão ao programa em setembro deste ano Foto: Amazon / Divulgação
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Em um ano de crescimento recorde do comércio eletrônico — que soma, até o terceiro trimestre de 2020, vendas superiores às registradas em todo o ano passado —, o investimento da Amazon em Minas Gerais se torna ainda mais vantajoso, em potencial de desenvolvimento, geração de empregos e arrecadação. A multinacional norte-americana, uma das maiores empresas do mundo, vai investir R$ 120 milhões em um centro de distribuição em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. A estrutura já está em fase de testes e deve entrar em plena operação nos próximos dias.

"A pandemia agilizou o processo de inserção de novo consumidores no mercado eletrônico, e isso possibilitou o crescimento acelerado dessas empresas. Com as empresas faturando mais, consequentemente, o Estado arrecada mais em função do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)", afirma a analista de promoção de investimentos da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi), Larissa Souza Batista. "A Amazon, como âncora do e-commerce, vai ser importante para atrair outras empresas do segmento para o Estado", completa.

O centro de distribuição é o local onde as empresas armazenam e preparam os produtos para a entrega aos consumidores. "Aqui na região metropolitana, a empresa vai conseguir atender o Estado muito mais rápido, a logística vai ser muito facilitada", diz Larissa. Consumidores de outros Estados, principalmente das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, também devem ser atendidos a partir da estrutura em Betim.

Segundo o gerente de negócios do Indi, Renato Garcia, já estão ocorrendo vendas a partir do centro de distribuição, em fase de testes, e a arrecadação de ICMS já começou. Ele não informou a expectativa de arrecadação, mas ressaltou que será um montante "bastante expressivo".

As vendas de comerciantes locais também devem ser alavancadas com a vinda da Amazon para Betim, por meio do marketplace, que permite que diferentes empreendedores utilizem o site e a logística da multinacional para divulgar e vender os próprios produtos. "O site da empresa dá visibilidade a esses pequenos. O próprio investimento da empresa em marketing e anúncio nas redes sociais, que custa caro, é muito interessante para o pequeno vendedor", pontua Garcia.

Durante o evento de inauguração da Casa Funarte Liberdade, na praça da Liberdade, nesta segunda-feira (9), o governador Romeu Zema (Novo) comemorou o investimento. "Esse tipo de comércio é o que mais tem crescido e representa o futuro, então, fico muito satisfeito. E é muito importante, porque daqui vão ser distribuídos produtos para todo o Brasil, e esse hub aqui da Amazon dando certo, e vai dar certo, é o início de uma operação muito maior, que vai ser ampliada com o tempo. O prefeito (Vittorio) Medioli também participou (das negociações), agradeço muito a Betim por ter se interessado, os mineiros só têm a ganhar com isso", disse.

Segundo a Prefeitura de Betim, a expectativa é que o centro de distribuição gere cerca de 250 postos de trabalho diretos na cidade, além de vagas indiretas, podendo chegar a mais de 500 oportunidades.

Além da cidade, a Amazon anunciou a abertura de centros de distribuição em Santa Maria (DF) e Nova Santa Rita (RS) e chegou, agora, a oito estruturas no país. Segundo a empresa, com a expansão, "mais de 500 municípios têm entregas ainda mais rápidas para membros (do serviço de assinatura) Prime, a partir de dois dias para produtos elegíveis, com frete grátis". A inauguração dos novos centros vai gerar mais de 1.500 empregos diretos. (Com Patrícia Cassese)

Faturamento do e-commerce supera R$ 33 bilhões no terceiro trimestre

O comércio eletrônico brasileiro ganhou 5,8 milhões de novos consumidores no terceiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 31,7% em comparação com o mesmo período de 2019, de acordo com o relatório Neotrust, considerado o censo do e-commerce brasileiro. Mesmo antes do Natal e da Black Friday, as vendas do e-commerce realizadas em 2020 já superam as registradas em todo o ano passado.

Além dos novos consumidores, o avanço tem relação com "o forte crescimento dos marketplaces, que possibilitaram que milhares de empresas que possuíam apenas lojas físicas pudessem começam a vender online de forma simples e rápida", conforme aponta o fundador da Neotrust, André Dias, no relatório.

De julho a setembro, foram realizadas 79,2 milhões de compras online, um crescimento nominal de 76% em relação aos mesmos meses do ano passado. O faturamento no período foi de mais de R$ 33 bilhões, o que consiste em aumento de 85,1% na mesma comparação. A maioria (63,6%) das compras pela internet foram realizadas no Sudeste.

O último trimestre vai ser ainda mais vantajoso para o setor. Segundo projeções da Neotrust, a Black Friday deve apresentar crescimento nominal de 77% em comparação com 2020 e alcançar o montante de R$ 6,9 bilhões.