O consórcio Jequitaí, administrado pelo grupo A.R.G e pela empresa Fortaleza de Santa Teresinha Agricultura e Pecuária, será o responsável pela implantação do Projeto Hidroagrícola Jequitaí, que prevê investimento de R$ 1,5 bilhão no Norte de Minas para garantir o abastecimento de água em 19 cidades da região, incluindo Montes Claros, além da produção de alimentos e a geração de energia. O leilão ocorreu nesta sexta-feira (1º), na sede da B3, em São Paulo (SP). O consórcio fez a única proposta, de R$ 35 milhões pela outorga do empreendimento, e o martelo foi batido. A concessão será de 35 anos.
O investimento vai permitir a construção de duas barragens no Rio Jequitaí, um dos afluentes do Rio São Francisco. Uma vai armazenar água para garantir o abastecimento dos municípios. A outra irá produzir energia.
Tambem serão implantados sistemas para a irrigação de áreas para a agricultura, com a estimativa de produção de 350 mil toneladas de alimentos por ano. Ao todo, o projeto deve impulsionar a geração de cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos.
Os prefeitos dos municípios que serão beneficiados disseram que essa obra era esperada há décadas. "Eu vou completar 49 anos e, desde criança, escuto falar sobre a necessidade desse projeto. Estou muito feliz", disse o prefeito de Jequitaí, Binha Caldeira (MDB).
"Nós tivemos 11 meses de estiagem no ano passado na nossa região, precisando enviar caminhões-pipa para os produtores rurais. Essa obra vai garantir o abastecimento de água e a irrigação das áreas agrícolas", explicou o prefeito de Francisco Dumont, Eduardo Rabelo.
A concessão do Projeto Hidroagrícola Jequitaí foi liderada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O diretor-presidente da companhia, Marcelo Moreira, disse que a obra terá início ainda em 2024 e que somente as barragens irão demandar um investimento de R$ 600 milhões, aproximadamente.
"Em três anos nós teremos a primeira barragem pronta. No final desse ano já estaremos iniciando essa obra, organizando os canteiros, gerando empregos, atraindo investidores e indústrias que vão visualizar o potencial daquela região para ali se instalarem. É uma indução do desenvolvimento que estamos buscando para o Norte de Minas".
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no leilão do projeto. “Podemos dizer que, depois de décadas, o projeto Jequitaí enfim sairá do papel. Serão investidos R$ 1,5 bilhão na construção das barragens, que vão melhorar, e muito, as condições e a realidade do Norte de Minas, que há anos sofre com a seca", disse.
"As barragens vão permitir o desenvolvimento da agricultura irrigada em aproximadamente 35 mil hectares no Norte de Minas. O projeto também vai regularizar a vazão do rio e as reservas de água dos municípios da região, além de serem capazes de produzir cerca de 20 megawatts de energia limpa e renovável, o suficiente para abastecer cerca de 200 mil pessoas”, destacou o ministro.