Para os estudantes em busca do primeiro contato com o mercado de trabalho, este é um bom momento para se candidatar a vagas de estágio. Segundo especialistas, no início de cada ano, o número de vagas ofertadas pelas empresas aumenta, e quem tem essa experiência profissional no currículo possui mais chances de garantir um emprego após a formação.
No Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE-MG), que faz a ponte entre estudantes e vagas, o número de oportunidades cresceu neste ano em comparação com o mesmo período de 2019. Em todo o ano passado, foram 10.915 vagas ofertadas, uma média de 909 por mês. Em janeiro deste ano, foram 1.245. Atualmente, a instituição oferta mais de 30 vagas de estágio somente em Belo Horizonte, com bolsas de até R$ 1.000, como para vagas destinadas a estudantes de administração, ciências contábeis e engenharia mecânica.
Para se candidatar, é preciso ter, no mínimo, 16 anos e estar matriculado e frequente em ensino médio, curso técnico ou curso superior. Ao se inscrever no site do CIEE-MG, o estudante passa a integrar o banco de dados utilizado para a seleção dos perfis mais adequados a cada nova vaga. A empresa faz a escolha final do candidato.
Principalmente de novembro a fevereiro, neste período de final e início de ano, os empresários costumam contratar mais. Muitos estagiários formam, e as empresas precisam repor o quadro de pessoal. É uma época boa para buscar oportunidades”, diz a psicopedagoga do CIEE-MG, Daniela Flávia Pinheiro, que recomenda aos estudantes estagiar desde o começo do curso. “O estágio é a primeira porta de aprendizado, é o que permite colocar em prática o aprendido em sala de aula. Responsabilidade, dinamismo, comprometimento, organização e proatividade são alguns dos requisitos que as empresas têm buscado”, completa.
Oportunidades
O Banco Mercantil mantém processos de contratação de estagiários abertos durante todo o ano. Cerca de 12 vagas são oferecidas na capital a cada mês, nas áreas administrativa e de tecnologia da informação. Os interessados devem estar matriculados em curso superior, como administração, engenharias e comunicação social, e podem se inscrever a qualquer momento. O banco oferece bolsa a partir de R$ 1.528,54.
Na Usina Coruripe, há duas vagas de estágio disponíveis. Em Iturama, no Triângulo Mineiro, o estagiário vai atuar na área de suprimentos. A outra oportunidade está em Campo Florido, também no Triângulo, e é para a área de segurança do trabalho. As inscrições podem ser feitas até 2 de março, e os contratados receberão bolsa “compatível com o mercado”, afirma o diretor de administração e RH da empresa, Fábio Moniz.
Efetivação é a principal meta de estudantes
A efetivação de estagiários não é só possível, como também esperada. “Para as empresas, o estágio é uma possibilidade de incorporar alguém à sua cultura organizacional e aos seus valores que, posteriormente, pode atingir uma posição de destaque”, afirma o consultor e professor do UniBH Felipe Gouvêa. “Se o estudante tiver as posturas adequadas e atender os valores da empresa, terá total chance de crescer e continuar ali”, diz.
Marina Magalhães, 22, entrou como estagiária no Banco Mercantil em agosto 2017 e, atualmente, é supervisora da área onde teve a experiência. “Desde que entrei como estagiária, eu era muito focada, queria ser contratada e, todos os dias, vinha trabalhar motivada, buscava ganhar mais responsabilidades, melhorar e ajudar minha equipe. Foi no estágio que tive oportunidade de conviver com profissionais mais experientes, que me auxiliaram, foi uma fase muito importante para mim”, conta. (RM)
Empresas esperam “gás” do aprendiz
Pra se destacar entre os concorrentes e conseguir uma oportunidade de estágio, quatro características são essenciais, segundo o consultor e professor do UniBH Felipe Gouvêa Pena. “A primeira atitude esperada é o protagonismo. As empresas não querem um estagiário que chegue e fique acomodado, faça sempre a mesma coisa. Ele vem para oxigenar o espaço. Deve ser uma pessoa proativa, com foco em resultados”, afirma o professor.
As habilidades de relacionamento também são avaliadas. “Estão sendo muito discutidas as questões da diversidade, a capacidade de interagir com pessoas de diferentes perfis, e isso pode ser testado desde o processo seletivo”, diz o especialista. Segundo ele, a capacidade analítica e o domínio de línguas (português, inglês e, em alguns casos, até um terceiro idioma) são importantes.