Impacto

Papéis da Cemig e Renova caem na bolsa em dia de operação

Ação foi feita em conjunto pela Polícia Federal, Receita e Ministério Público Federal

Por Juliana Gontijo
Publicado em 11 de abril de 2019 | 16:55
 
 
 
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A operação "E o Vento Levou" já causou impacto para Companhia Energética do Estado de Minas Gerais (Cemig) e sua controlada, a Renova Energia, com queda de papéis na Bolsa de Valores. As ações da Cemig chegaram a cair 1,7% por volta das 14h20, enquanto que as units (pacote de ações) da Renova tiveram recuo de 4,6%.

A medida foi uma ação conjunta da Polícia Federal (PF), Receita e Ministério Público Federal, deflagrada na manhã desta quinta-feira. A operação, que faz parte da quarta fase da Descarte, tem como objetivo apurar possível desvio de R$ 40 milhões da Cemig por meio de contratos superfaturados de sua controlada Renova Energia. E outros contratos da empresa de energia limpa da ordem de R$ 200 milhões ainda estão sob investigação.

Os indícios apontam para um esquema que teria envolvido um contrato superfaturado com a desenvolvedora de projetos eólicos Casa dos Ventos pela compra do "projeto Zeus", com os recursos desviados passando por cinco camadas de lavagem de dinheiro até chegarem aos destinatários.

De acordo com documentos das investigações, os valores desviados da Renova seriam decorrentes de um aporte de recursos da Cemig na empresa, o que seria recurso público, já que a empresa é controlada pelo governo do Estado. 

As investigações da PF apontam que, dos R$ 40 milhões desviados, até  R$15 milhões teriam sido usados como comissões para os operadores financeiros e até para o pagamento de tributos com o objetivo de dar aparência lícita às transações.

Contratos da Renova com outras empresas também são alvo de apuração por terem características parecidas.

Procurada pela reportagem, a Cemig se manifestou por meio de nota. A estatal informou que agentes da Polícia Federal e da Receita Federal estiveram na sede da empresa, em Belo Horizonte, para cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal de  São Paulo fruto de indícios da prática de desvios de recursos em prejuízo da Cemig, decorrente de fatos ocorridos antes de 2015, na empresa Renova, com sede em São Paulo.

"A Cemig esclarece que está em total colaboração com as autoridades e que também tem interesse na rápida evolução dessas investigações. A empresa reforça o seu compromisso com a transparência e que manterá o mercado e a sociedade informados sobre a evolução desses fatos ocorridos no passado", diz a companhia, em trecho da nota. 
 

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