Planejamento

Paulo Guedes estuda imposto sobre transações financeiras digitais

Ministro estuda forma de ampliar arrecadação tributária como forma de compensar possível redução de encargo trabalhista

Por Folhapress
Publicado em 18 de dezembro de 2019 | 20:03
 
 
 
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (18) que o governo estuda incluir na reforma tributária um imposto sobre transações financeiras em meios digitais.

Ao defender a proposta, ele argumentou que o novo imposto não seria igual à extinta CPMF, que sofreu críticas dentro do governo e foi barrada pelo presidente Jair Bolsonaro.

"A CPMF virou um imposto maldito, o presidente falou que não quer esse troço. Se ninguém quer, CPMF não existe", disse.

O ministro ponderou que sua equipe continua examinando formas de ampliar as bases de incidência dos tributos para compensar uma futura redução do encargo trabalhista, o que classifica como o mais cruel e perverso de todos os impostos.

De acordo com Guedes, as transações por meios digitais e instantâneos vão ganhar cada vez mais força, e o governo precisa encontrar meios para viabilizar a tributação.

"Nunca foi a CPMF, sempre foram transações. Como tributamos isso? Tem transações digitais. Você precisa de algum imposto, tem que ter um imposto que tribute essa transação digital", disse.

O ministro explicou que a opção de compensar a desoneração da folha de pagamentos com o aumento de tributos existentes hoje não seria viável, porque os impostos já são muito altos.

A proposta estudada inicialmente pela equipe econômica previa um imposto sobre pagamentos mais abrangente. A ideia era que qualquer transação, inclusive aquelas feitas em papel-moeda, fossem tributadas.

Após atritos no governo e a negativa de Bolsonaro, o então secretário da Receita, Marcos Cintra, acabou sendo demitido.

"Temos o nosso conteúdo, estava pronto para ser disparado. Houve um descarrilamento, caiu um secretário da Receita. Na hora que caiu, reconfiguramos o time, continuamos fazendo as simulações que estávamos fazendo, já com tudo preparado para disparar", afirmou Guedes.

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