Uma passagem aérea custa em torno de R$ 455,17 no Brasil. O preço médio está 31% acima dos R$ 346,82 cobrados em maio do ano passado e atingiu o maior patamar para o mês desde 2010, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em relação a janeiro, o aumento foi de 18%. De acordo com o especialista em transporte aéreo Adalberto Febeliano, a alta nos preços é reflexo do encolhimento da oferta, provocado pela saída da Avianca. “Quando a concorrência diminui, as passagens ficam mais escassas e é natural que os preços subam”, explica.
Nas rotas feitas a partir de aeroportos mineiros, o encarecimento das passagens foi de 20%, abaixo do aumento nacional. “Foi menor porque a Avianca tinha menos voos para Minas Gerais”, justifica Febeliano, que é vice-presidente de operações aéreas da Modern Logistics. De acordo com a BH Airport, gestora do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, a empresa tinha quatro voos diários para Guarulhos.
Por meio da assessoria de imprensa, a Latam reconhece o impacto na redução de oferta. “Com a crise da Avianca, muitas aeronaves deixaram de operar voos já programados. Esse desequilíbrio deve durar de quatro a seis meses, até que as demais empresas e o mercado consigam se reorganizar”, comenta.
Além da saída da Avianca, a Anac explica que “a precificação das passagens aéreas é um processo complexo e dinâmico e está intimamente relacionado à demanda, à oferta e à concorrência do setor”. Por meio da assessoria de imprensa, a Azul esclarece que os preços de seus bilhetes variam de acordo com alguns fatores como trecho, sazonalidade, compra antecipada, disponibilidade de assentos, entre outros. A companhia ressalta ainda que as altas do dólar e do combustível também são elementos que influenciam nos valores. Assim como a Azul, a Latam ressalta a influência do combustível, responsável por 40% dos custos da companhia, e do câmbio, que responde por 60%.
De acordo com a Anac, em maio deste ano, as companhias aéreas receberam 7,13 milhões de passageiros em viagens domésticas. O número é 2,3% menor do que os 7,3 milhões que se deslocaram por meio de aeronaves no mesmo período de 2018.
Na avaliação de Febeliano, o ajuste virá do próprio mercado. “Ao longo do tempo, com o aumento da oferta de voos de outras empresas (no lugar da Avianca) e a entrada de novas companhias no país, esses preços vão recuar para valores iguais aos anteriores”, diz.
Confins ganhará mais voos a partir de agosto
O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, vai ganhar novos voos a partir de agosto. A Azul já confirmou que ampliará, de quatro para cinco, os voos diários para Montes Claros, no Norte de Minas. Em setembro, vai aumentar de quatro para cinco os voos para Ipatinga, no Vale do Aço. Em outubro, começará um voo diário para Florianópolis. Também há previsão para Vitória da Conquista, na Bahia.
A partir de agosto, a Latam elevará de 42 para 49 os voos semanais de Confins para Guarulhos (São Paulo). “O aumento da conectividade ajuda a fomentar novas rotas, inclusive internacionais”, afirma o gestor de planejamento e desenvolvimento de rotas da BH Airport, Geovane Medina.