Recorde

Safra de cana-de-açúcar deve ser a maior da história em MG

Chuvas acima da média favoreceram o setor, pois a maior umidade do solo estimula o crescimento saudável da cana


Publicado em 28 de abril de 2023 | 18:10
 
 
 

Minas Gerais deve ter a maior safra de cana-de-açúcar de sua história, com 72,5 milhões de toneladas produzidas em 2023/2024, acima do recorde de 2020, quando a produção foi de 71,8 milhões de toneladas.

A estimativa foi divulgada nesta sexta-feira (28) pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) e pela Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), durante a 6ª edição da Abertura da Safra Mineira da Cana de Açúcar, em Uberaba (MG). 

O presidente da Siamig, Mário Campos, disse que a produção ainda pode superar esta estimativa. “Dependendo do clima, do aproveitamento do tempo, quem sabe a gente pode até moer mais. E nós vamos chegar a ser o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil”, afirma. 

Neste ano, as chuvas acima da média estão favorecendo a produção de cana-de-açúcar. O tempo chuvoso contribui muito para que a umidade do solo aumente, levando ao crescimento saudável da cana.

Durante o evento, o presidente da Siamig agradeceu o apoio do Governo de Minas, que hoje cobra a menor alíquota de ICMS de etanol hidratado do país, e do Governo Federal, que retomou recentemente o programa RenovaBio, que tem como objetivo reduzir a intensidade de carbono da matriz de combustíveis em 10%, de 2018 até 2030, com a maior utilização de biocombustíveis, como etanol, biodiesel e biometano.

Mário Campos também comemorou o restabelecimento dos impostos federais sobre os combustíveis, pois a tributação de PIS, Cofins e Cide sobre a gasolina (11,9%) é maior do que a do etanol (5,6%). “A recomposição tributária privilegia o consumo de etanol em todo o Brasil”, afirma. 

Aumento da proporção de etanol na gasolina

Durante a abertura da safra de cana-de-açúcar, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que vai propor o aumento de 27,5% para 30% do teor de etanol na gasolina.

“Este aumento deverá acontecer de maneira gradual, com previsibilidade e transparência. Vamos fazer essa avaliação técnica junto com a indústria automotiva e o setor produtivo de etanol para dar segurança aos consumidores. O aumento do teor de etanol vai contribuir para a segurança energética do nosso país, com a redução das importações de gasolina e para a transição energética, pela redução das emissões de gases do efeito estufa”, explicou o ministro.

Silveira disse ainda que será criado um grupo de trabalho dentro do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para a discussão da medida. O conselho reúne 16 ministérios para estabelecer a política energética do governo. A primeira reunião do colegiado na atual gestão contou, inclusive, com a participação do presidente Lula.

“O futuro da mobilidade sustentável de baixo carbono passa pela valorização dos biocombustíveis e pelas políticas públicas que fortaleçam o patrimônio tecnológico do Brasil para produção e uso do biocombustível. Vamos desenvolver ações que permitam o país ser protagonista de uma economia verde, baseada em energias limpas, com destaque para o conteúdo local”, afirmou o ministro.

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