O executivo do Facebook responsável pela moeda digital Libra, David Marcus, afirmou que usuários da Calibra, a subsidiária do Facebook responsável por operar pagamentos na criptomoeda, deverão consentir com a coleta de dados pela empresa para cadastrar suas carteiras digitais.
Em depoimento ao Senado dos Estados Unidos nesta terça-feira (16), Marcus disse que a Calibra não terá permissão para compartilhar dados dos usuários ou suas transações com nenhuma companhia, incluindo o próprio Facebook, mas que a coleta das informações é necessária. Além disso, a Calibra exigirá documentos oficiais de identificação como parte de uma política de regulação e prevenção de crimes.
O executivo reiterou que os dados colhidos pela empresa não serão monetizados pelo Facebook ou por qualquer uma das investidoras da Associação Libra, órgão regulador da moeda digital, que incluem as empresas Visa, MasterCard e PayPal.
Perguntado sobre o uso de informações colhidas por outros serviços do Facebook, Marcus declarou que o conteúdo das mensagens enviadas por WhatsApp é criptografado e inacessível à companhia, mas não se pronunciou sobre serviços como Messenger e Instagram, que também pertencem à empresa.
Concorrência
David Marcus também disse que a criptomoeda não será usada para competir com poupanças em bancos ou rendimento de juros. De acordo com o executivo, o objetivo da Libra é expandir o acesso a formas modernas de pagamento por parte da população. Ele reiterou ainda que a moeda digital obedecerá a todas as regulações aplicáveis a instituições financeiras.
David Marcus afirmou, ainda, que a carteira digital Calibra não será a única provedora de serviços financeiros com a criptomoeda. Ele explicou que o Facebook abdicou da exclusividade sobre a propriedade intelectual da tecnologia da Libra, de forma a abrir o código para o surgimento de outras operadoras de pagamentos dispostas a intermediar transações com a moeda.
Perguntado sobre a competição entre essas carteiras digitais, o executivo declarou que o Facebook não irá adotar medidas para impedir a competição com outras companhias, mas admitiu que as plataformas do Facebook, como o Messenger e o WhatsApp, oferecerão suporte somente à Calibra.