Desempregado, com a mulher grávida e uma filha, que na época tinha 2 anos, o venezuelano Simon Henrique Otero, 24, viajou cerca de 650 km de ônibus até Roraima, onde conseguiu bicos como ajudante de pedreiro. Cerca de um ano depois, quando já não conseguia mais trabalho por lá, o imigrante teve uma nova chance. Dessa vez, voou cerca de 3.000 km rumo a uma nova vida em Minas Gerais. A viagem foi feita em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). “Foi a primeira vez que andei de avião e o percurso mais longo que já viajei. Tenho muita esperança de que agora vai dar tudo certo”, conta.
Simon é um dos 85,4 mil venezuelanos que pediram refúgio no Brasil nos últimos sete anos, segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Só em 2018, foram 61,6 mil pedidos de reconhecimento de refugiados vindos da Venezuela. Desses, 81% estavam em Roraima, assim como ele. A concentração acirra o mercado de trabalho e força os refugiados a buscar emprego em outros Estados. Foi o que fez Simon, que partiu de Boa Vista com a mulher e os dois filhos.
“Estava muito fraco de serviço em Roraima, e não estava dando para pagar aluguel. O pessoal nos trouxe para Belo Horizonte há dois meses. Deixamos todas as nossas coisas na casa em Roraima e viemos morar na casa de apoio”, conta. Se fosse pagar pela viagem, ele teria que desembolsar algo em torno de R$ 5.000, valor muito fora do orçamento de alguém que contava moedas para se alimentar.
A mudança dele foi intermediada pelo Projeto Acolhe Brasil, do Serviço Jesuíta a Migrantes Refugiados (SJMR). No primeiro semestre deste ano, 91 pessoas foram encaminhadas por eles a cidades mineiras com o apoio da FAB.
As companhias aéreas comerciais também fazem esse translado de venezuelanos gratuitamente. De junho de 2018 a junho deste ano, a Azul transportou mais de 2.500 refugiados de Roraima e Manaus para Campinas, de onde seguiram para outras cidades do Brasil. A Latam transportou mais de 700.
Bilhetes dão acesso a condições melhores
Em 2018, 93,6 milhões de passageiros e 391 toneladas de carga foram transportados pelas companhias aéreas no país. No meio de tudo isso, uma carga especial ganha destaque: voluntários que cruzaram os céus do Brasil para levar melhores condições de vida.
Entre os vários projetos sociais apoiados pelas companhias aéreas estão o Vaga Lume, que leva livros à Amazônia; o Teto, que ajuda a construir casas em áreas precárias; e o Outubro Rosa, que transporta gratuitamente mulheres com câncer de mama para tratamento.
“Percebemos que o avião em si, que é o nosso negócio, é extremamente importante para viabilizar acesso à saúde, à educação. E, quando fomos pensar em projetos sociais, pensamos em ajudar com as nossas passagens, pois elas dão esse acesso. Só o fato de existirmos já causa impacto e, para minimizar, temos que ajudar a sociedade no entorno”, destaca a gerente de Responsabilidade Social da Azul, Carolina Constantino.
Vaga Lume
Projeto de incentivo à leitura na Amazônia Legal Brasileira. Em 2018, foram 9.000 livros doados para 99 bibliotecas. A Azul transportou duas toneladas de materiais e ajudou a formar 533 mediadores.
Teto
ONG que ajuda na construção e na reforma de casas. A Azul transporta voluntários e materiais. Em 2018, a parceria beneficiou mais de 160 famílias em quatro comunidades em São Paulo, Bahia e Paraná.
Litros de Luz
Projeto ajuda a levar postes de luz para áreas remotas. Azul transporta equipes voluntárias e materiais. Em 2018, foram mais de 700 pessoas beneficiadas e 130 postes e lampiões instalados em São Paulo, Santa Catarina e Bahia.
Outubro Rosa
Em parceria com o Hospital de Amor, a Azul transporta gratuitamente mulheres em tratamento de câncer de mama. Esse projeto teve início em 2017, e foram transportadas 90 pacientes.
Conectado com o Amanhã
Colaboradores da Latam, em parceria com a instituição Jr. Achievement, foram professores por um dia em uma escola pública de Confins, dando aulas a 89 alunos sobre cidadania.
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Venezuelanos voam de Roraima com destino à nova vida
Sem transporte de graça da FAB e das empresas, viagens seriam inviáveis
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