Há 26 anos, quando abriu a primeira loja em Belo Horizonte, Alexandre Poni não imaginava que seu negócio ia virar uma rede de supermercados nem que ia crescer tanto assim. “Ninguém imagina isso. Vai acontecendo. São sonhos, e vamos realizando por etapas. Não é fácil ser empresário neste país, ser dono de supermercado. O Verdemar é uma operação muito complexa, gera muita atenção e dedicação. Imaginar e planejar tanto crescimento, a gente não imaginou”, admite Poni.
Com 14 lojas, o Verdemar chega ainda neste ano ao bairro Cidade Nova, em Belo Horizonte, com a geração de mais 300 empregos e investimento de R$ 15 milhões. No ano que vem, Poni espera abrir a 16ª loja, desta vez, em Nova Lima, na região metropolitana de BH, investindo mais R$ 15 milhões e gerando 350 novas vagas. A construção da unidade ainda passa por um processo de aprovação na Prefeitura de Nova Lima, mas Poni reclama da burocracia no país. “Em Nova Lima, não há problema (para abrir a loja). São as burocracias para se aprovar uma construção de um imóvel que são lentas, não é na velocidade que a gente quer”, reivindica.
Poni quer instalar o supermercado no início da estrada de Nova Lima, no trevo do condomínio Village Terrase. “Se conseguirmos a aprovação (da loja) de Nova Lima neste ano, abrimos no ano que vem, só depende da aprovação (da prefeitura)”, garante.
Com um quadro de 4.500 colaboradores, Poni diz que trabalha com uma proposta de atendimento e um mix diferenciado de produtos – 25 mil itens no portfólio –, apesar de o câmbio não estar favorecendo os importados no momento. “O Verdemar é um conjunto de produção própria, panificação, restaurantes, é um conjunto de importados. A gente não consegue falar o que é diferente, tem que ser o conjunto, o Verdemar é feito do conjunto”, define o criador.
Planos para crescer. Quanto ao planejamento da expansão da rede Verdemar, Poni acredita que ainda existam algumas oportunidades dentro de Belo Horizonte. Só depois disso, o executivo vai pensar em lojas no interior de Minas Gerais ou em outras regiões do país.
Com mais de 100 mil clientes atendidos por dia nas lojas da rede, Poni calcula que o faturamento anual da empresa chegará aos R$ 900 milhões neste ano. “Todo ano a gente cresce, ou por meio da abertura de novas lojas, ou com um crescimento normal. Com a inflação em baixa, estamos crescendo dentro do mercado, em torno de 4%”, conclui.
Diversificação
- Numa espécie de consórcio com outros investidores, o fundador do Verdemar, Alexandre Poni, abriu o Kûara Hotel, em frente à praia de Mucugê, numa área de 27 mil metros quadrados em Arraial D’Ajuda, na Bahia.
- “Queremos levar um pouco da cara mineira para Arraial D’Ajuda. Estamos sendo reconhecidos como um dos melhores da região. Estamos preocupados com o serviço e a gastronomia. Estamos aprendendo um ramo novo de hotelaria”, diz Poni, sem divulgar o valor do investimento.
Minientrevista
Alexandre Poni
Presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis) e fundador do Verdemar
Como está o momento atual do setor supermercadista em Minas Gerais?
Tudo indica que estamos saindo da crise. O setor alimentício parece que está caminhando. Vamos ter a abertura de um total de 70 novas lojas de supermercados em Minas Gerais, e tudo indica que é um crescimento bem sustentável em torno de 3,25%, e esperamos chegar ao Natal com um crescimento de até 4%. Haja vista a feira Superminas (que aconteceu no Expominas, em BH), que teve recorde de expositores, com recorde de lançamentos de produtos dos nossos fornecedores e recorde de visitantes –, ou seja, todo o setor está melhorando. Estamos otimistas e apostando para o Natal e para 2020.
O que os governos federal e estadual precisam fazer para a retomada de empregos? O setor emprega muita gente mas precisamos caminhar muito, então o que deveria ser feito?
Primeiro, simplificação tributária. Nós, do setor supermercadista, estamos com muita expectativa na reforma tributária tão anunciada. Não é diminuir no pagamento de impostos, é simplificar, porque o custo para se recolher impostos no país e não saber se está recolhendo direito é um grande calcanhar, uma grande pedra no sapato para o crescimento. Depois, a desoneração da folha, mas a simplificação já vai ser um bom caminho.
O ideal seria reduzir o número de impostos para quanto?
Um, seria o ideal (risos). O Simples é o sonho que pode virar realidade. A gente tem que gastar tempo para atender nossos clientes, não é preocupar em recolher imposto, em ver complexidade e mudança. Se fizer um imposto Simples, uma forma única de recolher, isso vai ser uma mola propulsora de crescimento para o país, para gerar empregos.
Isso acontece nesse governo Bolsonaro, tem clima?
Sim. O clima liberal do governo tem tudo para fazer isso. O país clama por isso. Não é questão de governo. O Brasil precisa disso.