Candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte no segundo turno, o prefeito Fuad Noman (PSD) e o deputado estadual Bruno Engler (PL) participaram nesta sexta-feira (25 de outubro) do último debate que antecede o segundo turno das eleições municipais, na TV Globo. Logo no primeiro bloco, Engler questionou Fuad sobre o livro "Cobiça", de autoria do prefeito, definido como uma obra "erótica e pornográfica" pelo parlamentar.
"Mais uma fake news! Esse é o rei das fake news", disse Fuad após o deputado dizer que o livro descrevia o estupro de uma criança. "Ele não leu o livro, porque, se tivesse lido, não falava essa bobagem que ele está falando. Lamentavelmente, lá (no livro), tem uma denúncia de um caso, de uma ofensa a uma criança. Eu não vou discutir livro aqui. Isso aqui é para discutir propostas para a cidade de Belo Horizonte", afirmou antes de questionar Engler sobre a trajetória política dele.
Fuad voltou a criticar Engler pelas ausências na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, afirmando que o candidato é "o penúltimo em produtividade" e que "não mandou nada" para Belo Horizonte. Ainda, o atual prefeito disse que o deputado deveria "ler a Bíblia". Em resposta, Engler alfinetou Fuad por respondê-lo, supostamente, com ironia, e leu um trecho do livro de Fuad.
Entenda polêmica acerca de livro
Fuad Noman é autor de três obras, a mais recente, “Cobiça”, lançada durante a pandemia, antes de ele ser vice-prefeito. Durante toda a campanha, trechos da obra, que contêm descrições de relações sexuais, tem repercutido nas redes sociais. Na última segunda-feira (21 de outubro), Engler decidiu usar o livro como forma de ataque ao prefeito.
O candidato do PL, em visita a uma igreja evangélica, classificou o livro como “absolutamente perturbador” e criticou o prefeito por, “em plena pandemia, escrever um livro pornográfico”. Aliados de Engler, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e a deputada estadual Chiara Biondini (PP), também publicaram vídeos criticando o conteúdo da obra nas redes sociais durante a semana.
O livro de Fuad Noman relata a história de uma jovem que viaja pelo interior de Minas Gerais para se reencontrar com suas memórias familiares e, em determinado momento da história, relata um abuso sexual que sofreu de um padastro durante a infância. Logo após as críticas feitas por Engler, durante coletiva de imprensa, Fuad se defendeu e disse que queria discutir propostas para Belo Horizonte, e não literatura.