BRASÍLIA - Os candidatos à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição, se manifestaram de formas opostas sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu no Brasil o acesso ao X, antigo Twitter, no último sábado (31).
Durante agenda de campanha também no sábado, Boulos elogiou a medida tomada por Moraes e endossou o entendimento do ministro de que a empresa presidida pelo bilionário Elon Musk desrespeitou as leis do país.
“O Brasil não é terra sem lei. Eu fui a favor, desde o princípio, como deputado federal, do PL das Fake News. Uma grande corporação, uma big tech, ainda mais uma presidida, dirigida, por um alucinado de extrema direita como Elon Musk não está acima das leis brasileiras. A lei foi cumprida”, afirmou.
Enquanto isso, o prefeito Ricardo Nunes cerrou fileiras nas críticas à suspensão da plataforma no país e lembrou que o Brasil se junta a regimes autoritários, como Coreia do Norte, China e Rússia, que também proibiram o X.
“A censura é sempre algo que vai em desencontro à nossa democracia. O Brasil entra agora como o sétimo colocado numa lista de países que acabaram excluindo o X. E a gente sai daquela lista dos países da real democracia. É lamentar. A gente não pode concordar de forma nenhuma com um tipo de censura dessa, ficamos tristes”, opinou.
As declarações dos dois candidatos refletem os posicionamentos de seus padrinhos políticos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoia Boulos, tem feito reiteradas críticas à postura de Elon Musk. Segundo o petista, como o empresário tem investimentos no Brasil, ele está subordinado à Constituição e “se a Suprema Corte tomou uma decisão para cidadão cumprir determinadas coisas, ou ele cumpre, ou vai ter que tomar outra atitude".
Já o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal apoiador de Nunes, classificou a decisão de Moraes como “mais um duro golpe à nossa liberdade e à nossa segurança jurídica”. Para o ex-presidente, o bloqueio irá afastar investidores estrangeiros e trazer “consequências nefastas em todas as esferas da vida pública brasileira”.